Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Olivato, Paulo
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Orientador(a): |
Campos Neto, Candido Malta
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28336
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Resumo: |
Na expressão atribuída à “maior tragédia ambiental do país”, notadamente referindo-se às consequências atreladas ao rompimento da barragem de mineração da empresa Samarco, no município de Mariana, MG, em 2015, quem haveria de hesitar sobre as suas proporções colossais? Aqui, a suspeita sobre a palavra “tragédia” evoca a discussão sobre as tragédias [hiper]midiatizadas. Assim, este trabalho busca, em outras bases, pensar a “tragédia de Mariana” e mostrar que as leituras interpretativas podem ajudar a decifrar estratégias de dominação territorial. Para tanto, lançamos mão de investigações teóricas e conceituais, capazes de questionar a tragédia, situando-a em um diagrama tripartido, articulado a partir da própria palavra tragédia, da técnica e do território. A conceitualização do termo território passa a ser central para o reconhecimento das suas implicações, sejam elas físicas, envolvendo as disputas por recursos disponibilizáveis, sejam nos processos sociais e históricos de produção de subjetividade, em particular, envolvidos na construção do acontecimento ex post facto. A questão que se coloca é: como estas forças sociais são [des]ativadas, no instante da pane técnica? O arrazoamento instrumental do pensamento, discutido por meio dos escritos de Heidegger sobre a essência da técnica, nos leva a reconhecer as imbricações destes processos com os modos de expansão (ilimitada) de reprodução de capital à custa da disponibilização de formas situadas de existência. Neste sentido, os processos de modernização permitem reconhecer traços característicos desta leitura do ser da técnica, aproximada dos mecanismos de reprodução do capital, do acúmulo e da violência. Foram percebidos os efeitos das medidas de controle (governo) da vida e da morte dos atingidos, aproximando-se do sentido das noções filosóficas de biopolítica e de necropolítica. Assim, discute-se que o território que engendra o dispositivo de enunciação sobre a tragédia, capturado pelas grandes corporações minerárias, pode ser também um território da proteção da vida, nas múltiplas formas de existência e do habitat. |