Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Paulelli, Ana Carolina Cavalheiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60134/tde-19122019-111327/
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Resumo: |
No dia 5 de novembro de 2015 ocorreu o rompimento da barragem de rejeitos de mineração, denominada \"Fundão\", causando um dos maiores desastres ambientais do Brasil. A lama de rejeitos, contendo elevada quantidade de elementos químicos tóxicos, se difundiu pelo Rio Doce, atingindo o Oceano Atlântico. Como consequência, diversas comunidades ribeirinhas ao longo do Rio Doce foram atingidas. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a exposição ao Al, As, Ba, Ca, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb, Se e Zn em moradores de Regência, Povoação e Campo Grande, no Estado do Espírito Santo e que utilizam água de rios e poços afetados pela lama da barragem. Foram incluídos neste estudo transversal 315 indivíduos. A determinação dos elementos químicos em amostras de sangue, urina, cabelo, água de beber e alimentos foi feita por espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS). As comunidades estudadas foram caracterizadas com baixa escolaridade, elevado consumo de alimentos marinhos e alta frequência de atividades na água (recreação, pesca e surf). Os sinais e sintomas predominantes relatados foram: psicológicos, mal-estar generalizado, cutâneos e gastrointestinais. Os resultados deste trabalho mostram que houve a presença de elementos potencialmente tóxicos em altas concentrações na água (Al, Fe e Mn), alimentos marinhos (As) e folhas (Fe, Mn, Al e Ba) consumidos nas comunidades nos municípios de Linhares e São Mateus. A avaliação de risco mostrou que deve haver preocupação sobre possíveis danos à saúde relacionados a presença de selênio e arsênio em alimentos, mas não especificamente carcinogênicos. As altas concentrações de As no sangue (5,8 a 269 µg L-1), na urina (0,229 a 3733 µg g-1 creatinina), níquel no sangue (0,08 a 21,0 µg L-1) e na urina (0,513 a 300 µg g-1 creatinina), Ba na urina (0,10 - 56,5 µg g-1 creatinina), Pb em sangue (3,4 - 129 µg L-1) e urina (<LQ - 48,7 µg g-1 creatinina), Hg em sangue (0,05 - 103 µg L-1) e urina (<LQ - 18,8 µg g-1 creatinina) e Mn em urina (46,7 µg g-1 creatinina) refletem a exposição mais acentuada dos participantes, provavelmente pelo consumo de água e alimentos contaminados. A análise de 10 segmentos (2 cm cada) de cabelo possibilitou uma avaliação de exposição ao longo do tempo, evidenciando que na época do rompimento da barragem houve uma maior exposição ao As, Hg, Al, Ni, Pb, Mn e Cr. Esse perfil observado retrata uma maior contaminação no momento do desastre. Além disso, observamos que As, Cd, Cr, Hg, Mn, Ni, Pb e Se em urina possuem relação com tipo de água consumida (principalmente água de torneira e poço), consumo de alimentos marinhos e características socioeconômicas. Assim, futuros estudos epidemiológicos devem ser estimulados para avaliar as possíveis consequências à saúde decorrentes da exposição aos elementos químicos tóxicos. |