Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Dias, Joana Alexandria Ferreira [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/235865
|
Resumo: |
INTRODUÇÃO: Melasma é uma discromia de alta prevalência que afeta focalmente áreas fotoexpostas, especialmente em mulheres adultas. Sua patogênese não é bem compreendida, mas mastócitos na derme superior são mais proeminentes no melasma do que na pele adjacente não afetada. Por essa razão, acredita-se que essas células desempenhem um papel fundamental na patogênese do melasma. Todavia, até o momento, não há estudos explorando a estabilização de mastócitos e o bloqueio de H2 como uma potencial estratégia terapêutica. OBJETIVO: Avaliar a eficácia, segurança e tolerabilidade do cetotifeno combinado com famotidina, anti-histamínicos orais, no tratamento do melasma. MÉTODOS: Realizamos um estudo prospectivo, duplo-cego, paralelo, randomizado, controlado com placebo, entre março de 2020 a fevereiro de 2021, envolvendo 74 mulheres adultas portadoras de melasma facial moderado a grave selecionadas através de amostragem por conveniência durante o ambulatório de dermatologia. Todas as participantes receberam filtro solar com cor (FPS 90), durante o estudo. As participantes foram randomizadas e alocadas consecutivamente em dois grupos, um grupo (AH) contendo cápsulas com cetotifeno 1mg e famotidina 40mg para uso duas vezes ao dia, por 8 semanas; o outro grupo, placebo. O desfecho primário foi a mudança do escore mMASI avaliado em D0 e D60. Os participantes também foram avaliados quanto ao MELASQoL, quanto à colorimetria do melasma e da pele não acometida adjacente (Dif-L* – diferença de luminosidade colorimétrica entre eles). A Global Aesthetic Improvement Scale (GAIS) foi utilizada para avaliar a diferença na aparência global do melasma por meio de fotografias padronizadas (D0 vs. D60), por dois avaliadores cegos. Os desfechos foram analisados de acordo com a população de tratamento, segundo intenção de tratar. O dimensionamento amostral foi es- timado a partir da expectativa de diferença do efeito da magnitude de mais de 10% (poder = 0,90 e alfa = 0,05). As variáveis categóricas foram representadas por seus percentuais e comparadas entre os grupos pelo teste qui-quadrado de Pearson e modelo logístico ordinal. As variáveis contínuas foram avaliadas quanto à normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk. Os resultados principais e secundários foram comparados entre os grupos ao longo do tempo por modelos lineares generalizado. RESULTADOS: Ambos os grupos apresentaram reduções em mMASI, MELASQoL e colorimetria após 60 dias (p<0,05). A redução média no mMASI foi de 23% (17–29%) para AH e 13% (5–22%) para placebo (p=0,011). A redução do mMASI e a colorimetria foram superiores para o grupo de anti histaminico oral (AH) (p<0,05). A melhora global do melasma foi percebida em 57% (IC95%; 41–68%) para os participantes do grupo AH versus 42% (IC95%; 27–54%) para o placebo (NNT=6,5). A sonolência foi relatada por 48% dos participantes do grupo AH e 22% do grupo placebo (p=0,063). Houve três droupouts, sendo dois do grupo AH, sem relação com efeitos adversos. CONCLUSÃO: Este estudo fornece uma prova de conceito para direcionar os mastócitos como um possível alvo terapêutico para o melasma, devendo ser explorado em combinação com outras estratégias para maximizar seus benefícios e prevenir sua recidiva após o clareamento. Em conclusão, o cetotifeno oral associado à famotidina foi bem tolerado e promoveu discreta melhora do melasma facial. |