Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Lima, Paula Basso [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/235872
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Resumo: |
FUNDAMENTOS: Melasma é uma hipermelanose crônica que afeta áreas fotoexpostas, especialmente de mulheres em idade fértil. Até o momento, nenhum dos tratamentos descritos têm grande eficácia ou resultados sustentados. Novas abordagens terapêuticas precisam ser exploradas. OBJETIVO: (1) Avaliar a segurança e eficácia da terapia tópica com tiamidol 0,2% versus hidroquinona 4% tópica e fotoproteção no tratamento do melasma facial em mulheres por um período de 90 dias. (2) Avaliar a segurança e eficácia do picnogenol 75 mg via oral duas vezes ao dia versus placebo, associado à combinação tripla e fotoproteção no tratamento do melasma facial em mulheres por um período de 60 dias. (3) Avaliar a segurança e eficácia da terapia tópica com cisteamina 5% versus hidroquinona 4% tópica e fotoproteção no tratamento do melasma facial em mulheres por um período de 120 dias. MÉTODOS: (1) Ensaio clínico de intervenção, randomizado, paralelo, avaliador-cego e controlado envolvendo 50 mulheres com melasma facial. Além do filtro solar com cor (FPS 60, PPD 20), as participantes foram randomizadas por simulação computacional e alocadas consecutivamente para utilizar hidroquinona 4% creme ao deitar ou uma dupla camada de tiamidol 0,2% creme duas vezes ao dia, por 90 dias. As participantes foram avaliadas no T0, T30 e T90, e o principal desfecho foi a diferença na pontuação do mMASI. Os desfechos secundários foram melhorias na qualidade de vida dos pacientes (MELASQoL), colorimetria e avaliação do GAIS. Os dados longitudinais foram analisados como intenção de tratamento e um modelo linear misto generalizado foi usado para analisar os dados longitudinais e os dropouts. (2) Ensaio clínico de intervenção, randomizado, paralelo, duplo-cego e controlado por placebo realizado com 44 mulheres portadoras de melasma facial. Pacientes foram randomizadas por simulação computacional e alocadas consecutivamente para tomar 75 mg de picnogenol ou placebo por via oral duas vezes por dia durante 60 dias. A sequência de alocação foi ocultada do avaliador e as cápsulas foram formuladas em embalagens exatamente iguais. Ambos os grupos também receberam filtro solar com cor (FPS 50, PPD 17) para uso diurno e combinação tripla tópica ao deitar. As participantes foram avaliadas no T0 e T60, o principal desfecho foi a diferença na pontuação do mMASI. Os desfechos secundários foram melhorias na qualidade de vida dos pacientes (MELASQoL), colorimetria e avaliação do GAIS. Os dados longitudinais foram analisados como intenção de tratamento e um modelo linear misto generalizado foi usado para analisar os dados longitudinais e os dropouts. (3) Ensaio clínico de intervenção, quasi-randomizado, paralelo, avaliador cego e controlado realizado em 40 mulheres com melasma facial. Pacientes foram submetidas à aplicação de curto contato de cisteamina 5% ou hidroquinona 4% por 120 dias. Ambos os grupos utilizaram filtro solar com cor (FPS 50, PPD 19). Os indivíduos foram avaliados na inclusão e após 60 e 120 dias de tratamento. O principal desfecho foi a diferença na pontuação do mMASI. Os desfechos secundários foram melhorias na qualidade de vida dos pacientes (MELASQoL), colorimetria e avaliação do GAIS. A avaliação estatística foi realizada por um avaliador cego e os dados longitudinais foram analisados como intenção de tratamento e um modelo linear misto generalizado foi usado para analisar os dados longitudinais e os dropouts. RESULTADOS: (1) Houve somente um dropout no grupo hidroquinona, não relacionado a efeitos adversos. A idade média dos participantes foi de 43 anos, e 86% eram fototipos III–IV. Ambos os grupos apresentaram redução nos escores de mMASI, MELASQoL e contraste de cor após 90 dias (p<0,01). A redução média [intervalo de confiança de 95% (IC 95%)] dos escores mMASI foi de 43% (35-50%) para tiamidol e 33% (23-42%) para hidroquinona. Não houve diferença entre os grupos nas reduções nos escores mMASI, MELASQoL, contraste colorimétrico e GAIS (p ≥ 0,09). A análise GAIS resultou em uma melhora de 84% (IC: 95% 67–97%) para os participantes do grupo tiamidol e 74% (IC: 95% 61–93%) para aqueles do grupo hidroquinona. Houve apenas efeitos adversos leves no grupo tiamidol, dermatite alérgica de contato foi evidenciada em dois (8%) participantes. (2) Todos os participantes completaram o estudo. A idade média dos participantes foi de 39 anos, e 91% eram fototipos III–IV. Ambos os grupos apresentaram redução nos escores mMASI, MELASQoL e contraste de cor após 60 dias(p<0,01). As reduções médias (IC 95%) dos escores mMASI foram de 49% (36–61%) para o grupo picnogenol e 34% (16–47%) para o grupo placebo. As reduções nos escores mMASI e contraste colorimétrico foram superiores para o grupo picnogenol (p<0,05). A análise do GAIS resultou em uma melhora de 86% (IC 95%: 68–96%) para os participantes do grupo picnogenol e 55% (IC 95%: 32–73%) para aqueles do grupo placebo, com diferença significante entre os grupos. Não foram identificados efeitos adversos relacionados ao tratamento oral. (3) Houve somente um dropout no grupo cisteamina, não relacionado a efeitos adversos. O mMASI reduziu progressivamente ao longo do estudo em ambos os grupos, apesar do grupo HQ apresentar uma despigmentação mais rápida. A redução média dos escores mMASI foi de 24% para CYS e 41% para hidroquinona (P = 0,015) em 60 dias, e 38% para CYS e 53% para hidroquinona (P = 0,017) em 120 dias. A avaliação fotográfica revelou até 74% de melhora para ambos os grupos, sem diferença entre eles (P = 0,087). O escore MELASQoL mostrou uma diminuição progressiva para ambos os grupos ao longo do tempo, apesar da maior redução para hidroquinona após 120 dias (P = 0,018). A avaliação colorimétrica revelou despigmentação progressiva em ambos os grupos, sem diferença entre eles (P > 0,160). Nenhum efeito adverso grave foi identificado em nenhum dos grupos. Eritema e queimação foram os efeitos adversos locais mais importantes com cisteamina, embora sua frequência não tenha diferido entre os grupos (P > 0,170). CONCLUSÃO: (1) A melhora do melasma obtida com o tiamidol a 0,2% não diferiu do creme de hidroquinona a 4%. O tiamidol pode ser considerado uma opção adequada para pacientes com melasma com baixa tolerabilidade ou falha do tratamento com hidroquinona. (2) Picnogenol 75 mg duas vezes ao dia é bem tolerado e aumenta a eficácia do filtro solar de amplo espectro e da combinação tripla no tratamento do melasma facial em mulheres. (3) A cisteamina mostrou-se segura, bem tolerada e eficaz, apesar de seu desempenho inferior à hidroquinona na diminuição do mMASI e MELASQoL no tratamento do melasma. |