Padronização de cultura organóide cutânea e avaliação da resposta melanogênica no melasma ao UVB, UVA e luz visível.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Alcantara, Giovana Piteri
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/190744
Resumo: FUNDAMENTOS: Melasma é hipermelanose crônica, focal, adquirida decorrente de patogênese não totalmente compreendida, resultado da alteração funcional e arquitetural dos melanócitos. A predisposição genética, aspectos hormonais e exposição à radiação solar são os elementos mais associados ao desenvolvimento da doença e essenciais para entendimento da fisiopatologia. É bem estabelecida a relação entre a exposição à radiação solar e a piora do quadro, entretanto, o efeito independente do UVB, UVA, assim como a atuação da luz visível (LV) são pouco estudados. OBJETIVOS: Padronização de um modelo de cultura organoide cutâneo primário para estudo da melanogênese da pele com melasma e pele normal adjacente, à irradiação com diferentes comprimentos de onda (UVB, UVA, LV). MÉTODOS: Etapa 1: Amostras de pele da região retroauricular (punch 3mm), de 10 voluntários foram seccionados longitudinalmente, e cultivados em meio DMEM segundo protocolo estabelecido por Ayres, para padronização de viabilidade e dosimetria das radiações induzindo melanogênese. Um dos fragmentos foi irradiado e o outro mantido ao abrigo da luz por 72h. Foram avaliados aspectos morfológicos e arquiteturais da histologia (H&E e Fontana-Masson) e por rt-PCR para comparação da expressão quantitativa de gene constitucional (GAPDH) entre as peles recém-coletadas e as cultivadas. Foram padronizadas as doses de radiação e tempo de cultura que promovessem viabilidade da amostra e aumento de 10% na intensidade de pigmentação da camada basal. Etapa 2: Amostras de pele facial com melasma e normal adjacente (distância menor que 2cm), de 22 voluntários foram acondicionadas em meio de cultura DMEM: um fragmento ao abrigo da luz e a outra exposta às radiações (UVB, UVA ou LV), segundo a padronização prévia. A pigmentação melânica induzida pelas radiações foi avaliada, na camada basal, pela coloração de Fontana-Masson. Os valores das intensidades de pigmentação melânica das amostras foram comparados entre os grupos (UVB x UVA x LV), entre os procedimentos (irradiado x não-irradiado) e entre as topografias (melasma x normal adjacente) por modelo linear generalizado de efeitos mistos. RESULTADOS: No processo de padronização, as doses de UVB, UVA e LV (luz azul) indutoras de melanogênese diferencial foram: 166mJ/cm2, 1,524J/cm2 e 40J/cm2. Houve manutenção arquitetural e a expressão de GAPDH não diferiu entre a amostra de pele recém-coletada e a cultivada por 72h. Na fase de comparação, houve melanogênese no melasma e na pele normal adjacente após todas as irradiações (p<0,01), sem diferença entre as topografias (p=0.66). Após ajuste para o fototipo, houve aumento na granulação da melanina somente após a irradiação com UVA e apenas na pele com melasma (p<0,01). Entretanto, a maior proeminência dos dendritos ocorreu apenas na pele com melasma para irradiação com UVB e para LV (p<0,01), sem diferença entre UVB e LV. LIMITAÇÕES: Estudo em cultura de pele, dissociada da regulação hormonal, neural e vasomotora do organismo, e avaliação do efeito das radiações de forma independente. CONCLUSÃO: Padronizou-se cultura organoide primária de pele, com sobrevida de 72h, manutenção das propriedades melanogênicas e resposta às diferentes radiações. Explorou-se o papel melanogênico de UVB, UVA e LV no melasma comparada à pele normal adjacente, fundamental no desenvolvimento de novas terapêuticas e a otimização da fotoproteção na doença. Este modelo pode fundamentar estudos em fotobiologia, fotoproteção e regulação da melanogênese.