Caracterização de resistência de genótipos de soja frente a Bemisia tabaci MEAM1 e MED (Hemiptera: Aleyrodidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Ana Paula Santana [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/253201
Resumo: A produtividade da soja, [Glycine max (L.) Merill], pode ser limitada por problemas fitossanitários, como o ataque de insetos-praga. As espécies crípticas de Bemisia tabaci, MEAM1 (Middle East Asia Minor 1) e MED (Mediterranean), são pragas invasivas que causam danos expressivos a diversas culturas, incluindo a soja. O controle químico tem sido a principal estratégia utilizada para controlar populações de B. tabaci. No entanto, diversos casos de resistência a inseticidas já foram relatados para MEAM1 e MED. O uso de plantas resistentes é considerado um método interessante para o controle de insetos-praga. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a resistência de genótipos de soja a B. tabaci MEAM1 e MED. Foram realizados ensaios preliminares sem chance de escolha para MED em 90 genótipos de soja. Posteriormente, foram selecionados 35 genótipos para ensaios subsequentes com e sem chance de escolha para MED. Além disso, foram avaliados os fatores associados à resistência como a coloração foliar e características dos tricomas. Visando avaliar a performance de B. tabaci MEAM1 e MED foram avaliados o período de incubação, período ninfal, período de desenvolvimento ovo-adulto e a viabilidade ninfal. Além disso, também foram realizadas análises de compostos fenólicos totais, flavonoides totais, rutina, genistina, genisteína e ácido salicílico dos genótipos de soja. Quando foi possível a escolha, os genótipos KS 4202, TMG 1188 RR, M 7739 IPRO, 65l65 RSF IPRO e PI 229358 foram os menos preferidos por adultos de B. tabaci MED, indicando expressão de antixenose. No ensaio com chance de escolha, baixo número de ninfas também foi observado para Dowling, PI 229358, IAC 24, KS 4202, TMG 1182 RR, IAC 17, BRS 1003 IPRO, TMG 1188 RR, FTS Campo Mourão RR, NS 7007 IPRO, BRS 391, 95R95 IPRO, 99R09, TMG 1288 RR, TMG 7161 RR sugerindo expressão de antixenose e/ou antibiose. No ensaio sem chance de escolha, os genótipos IAC 19, TMG 1288 RR, TMG 1182 RR, 99R09, Dowling, TMG 2375 IPRO apresentaram as menores médias para ovos e ninfas. Plantas com maior densidade de tricomas foram preferidas por adultos de B. tabaci MED e, consequentemente, mais colonizadas por esse inseto. Genótipos com menor luminosidade e menor intensidade de verde e amarelo foram mais atrativos. O período de incubação dos ovos de MEAM1 e MED foi de aproximadamente 9 dias. O período ninfal e de desenvolvimento ovo-adulto de MEAM1 foi prolongado nos genótipos TMG 1180 RR, Conquista, 99R09, KS 4202 e BRB 15-237.527, revelando expressão de resistência moderada. Os genótipos 50I52 RSF IPRO, TMG 1288 RR e TMG 2375 IPRO prolongaram o desenvolvimento ovo-adulto de MED. A viabilidade ninfal de MEAM1 foi reduzida nos genótipos IAC 74-2832, Dowling, BRS 391, TMG 2375 IPRO, FTS Campo Mourão RR e IAC 24. Os genótipos TMG 2375 IPRO, TMG 1288 RR e BRS 1003 IPRO reduziram a viabilidade ninfal de MED. Correlação negativa foi observada entre flavonoides totais e a viabilidade ninfal de MEAM1. Houve correlação positiva entre compostos fenólicos e a viabilidade ninfal de MEAM1. Apenas os genótipos IAC 74-2832 e TMG 2375 IPRO apresentaram rutina e genistina. Em síntese, os genótipos IAC 24, IAC 19, Dowling, 99R09, TMG 1182 RR, TMG 1288 RR e TMG 2375 IPRO foram os menos colonizados por MED em ensaios com e sem chance de escolha. Além disso, alguns materiais reduziram a viabilidade ninfal de MEAM1 e MED. Desse modo, os resultados deste estudo revelam fontes de resistência a B. tabaci MEAM1 e MED.