Caracterização de resistência de genótipos de algodoeiro a Aphis gossypii Glover (Hemiptera: aphididae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Morando, Rafaela [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
EPG
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152044
Resumo: O algodoeiro Gossypium spp. se destaca como uma importante fonte de recursos renováveis, produzindo a fibra de origem vegetal mais consumida pela indústria têxtil mundial. Para a maioria dos países produtores de algodão, o ataque de insetos-praga como o pulgão Aphis gossypii Glover (Hemiptera: Aphididae), é considerado um dos principais fatores de redução de produtividade na cultura. O inseto pode ocasionar danos diretos às plantas de algodão, por meio da sucção contínua de seiva, além de indiretos, devido ao favorecimento de fumagina e transmissão de vírus. O controle desse afídeo tem sido realizado principalmente através de aplicações sucessivas de inseticidas, o que têm acelerado a seleção de populações resistentes aos ingredientes ativos. Dentre as táticas alternativas ao manejo químico, o uso de cultivares resistentes se destaca como uma valiosa estratégia para o manejo integrado de pragas (MIP). O objetivo deste trabalho foi caracterizar possíveis categorias de resistência de genótipos de algodão frente ao ataque do pulgão A. gossypii, por meio de ensaios de casa de vegetação e laboratório. Inicialmente, foi realizado um screening com 78 genótipos de algodão, a partir do qual, foram selecionados 15 materiais para ensaios de capacidade de infestação e determinação do número acumulado diário de afídeos (CAD). Posteriomente, esses genótipos selecionados foram também avaliados por meio de ensaios de antixenose e de antibiose. Na última etapa, realizou-se um ensaio com EPG (Electrical Penetration Graph) utilizando-se quatro genótipos de algodão portadores de diferentes categorias de resistência, além da análise química de taninos desses materiais, visando estabelecer correlações. No ensaio de capacidade de infestação, os genótipos G. hirsutum punctatum, IAC PV010-1664 e Acala 4-42 foram os menos colonizados, indicando a ocorrência de antixenose e/ou antibiose. Com base no ensaio de antixenose, os genótipos Deltapine Smooth Leaf (7,82 afídeos) e Variedade Reba= BTK-12 (8,54 afídeos) foram significativamente menos infestados, indicando a expressão de antixenose sobre A. gossypii. No ensaio de antibiose, G. arboreum 1 apresentou as menores médias para número total de ninfas (27,11 indivíduos), ninfas por adulto/dia (1,44 indivíduos) e ninfas até os 10 dias (18,63 indivíduos), além de reduzir a fase reprodutiva (19,84 dias), a viabilidade ninfal (79,17%), a longevidade de adultos (26,68 dias) e o período de ninfa-adulto de A. gossypii (5,68 dias), sugerindo elevados níveis de resistência por antibiose e/ou antixenose. Em FM 910 o número de ninfas produzidas por dia e aos 10 dias foi reduzido, também indicando a expressão de resistência. Para o ensaio com EPG, verificou-se que afídeos confinados ao genótipo FM 910 necessitaram de maior tempo (10,94 %) até o início da fase de ingestão floemática, sugerindo a presença de fatores antixenóticos. Em Deltapine Smooth Leaf, os afídeos apresentaram maior tempo na fase de não prova e menores períodos no primeiro vaso floemático e de ingestão em E2, indicando a expressão de antixenose e/ou antibiose. A análise química revelou maior concentração de taninos nas folhas de Deltapine Smooth Leaf em relação aos demais, sugerindo que esses compostos pode ter atuado como fatores químicos de resistência, reduzindo o tempo de alimentação do afídeo nos vasos do floema desse genótipo. A resistência de G. arboreum 1 está provavelmente mais relacionada à expressão de antibiose, visto que o afídeo se alimentou nos vasos desse material de maneira similar ao observado com o genótipo suscetível FMT 707. Os resultados obtidos neste estudo podem ser explorados em programas de melhoramento genético visando o desenvolvimento de genótipos de algodoeiro resistentes a A. gossypii.