Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Barreto, Débora Aparecida dos Reis Justo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/243593
|
Resumo: |
O objetivo desta Tese consiste em estudar os fenômenos fonológicos do português usado no período arcaico, investigando, especificamente, as consoantes líquidas (representadas na escrita por <r, rr, l, ll> e <lh>) situadas em contexto de início e travamento silábicos, presentes em 250 poemas medievais galego-portugueses. As líquidas são uma temática interessante à composição de um mosaico dos aspectos segmentais do português arcaico, visto que há muitas controvérsias na literatura sobre o status fonológico de tais segmentos, tanto na atualidade quanto em períodos passados da língua. O nosso objetivo é o de analisar as consoantes líquidas em todos os contextos da sílaba e da palavra, além de verificar se, no período trovadoresco do português, as consoantes róticas e laterais duplas, quando estão em contexto intervocálico, apresentam um mesmo comportamento fonológico, ou seja, podem ser entendidas como geminadas do ponto de vista fonológico. Elementos desse tipo compreendem um segmento que vale por dois, sendo que uma parte preenche a posição de coda da sílaba anterior, travando-a, e a outra se situa no início da sílaba seguinte. A análise dos dados foi feita a partir dos modelos fonológicos não-lineares, em especial as teorias autossegmental e métrica. A metodologia adotada se embasou na verificação da possibilidade, ou não, de variação na escrita das vibrantes e laterais, visando averiguar relações entre letras e sons, e no estudo do comportamento das líquidas duplas em contexto de ataque, de coda e entre vogais. A análise da amostragem coletada mostrou que, em posição intervocálica, a lateral dobrada <ll/lh> apresenta o mesmo comportamento fonológico constatado para a vibrante <rr> em Barreto (2019), isto é, pode ser considerada como geminada, no nível fonológico, já que apresenta as características desse tipo de segmento. Em relação às outras posições na palavra, verificou-se que as róticas e laterais duplas não compreendem casos de geminação. Ademais, reconhecemos, por meio das reflexões feitas, a existência de um único fonema rótico naquela fase da língua, o tepe, que, da perspectiva fonológica, tem duas variantes, uma simples (r ou rr), e uma geminada (rr). E, sobre a lateral, consideramos que, na Idade Média, diferentemente do que ocorre hoje no português, em que se realiza l de forma vocalizada em coda de sílaba, esse segmento, possivelmente, era pronunciado de modo velarizado, realização recorrente, ainda hoje, no português da Europa. |