Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Amaral, Tauanne Tainá [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/151046
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Resumo: |
Esta tese objetiva estudar o direcionamento da adjunção de clíticos fonológicos no Português Arcaico (PA) a partir das cantigas galego-portuguesas: as cantigas religiosas (Cantigas de Santa Maria, de Afonso X, o rei Sábio) e as cantigas profanas (cantigas de amor, de amigo, de escárnio e maldizer). Através do levantamento e da análise comparativa da cliticização sintática e fonológica dos pronomes oblíquos presentes nesse corpus, chegamos à determinação da cliticização destes elementos e a pistas da formação de constituintes prosódicos maiores, especificamente o constituinte prosódico intermediário, localizado entre a Palavra Fonológica e o Sintagma Fonológico. Partindo do mapeamento das ocorrências de pronomes oblíquos presentes nas cento e cinquenta primeiras Cantigas de Santa Maria e em cento e cinquenta cantigas profanas (50 cantigas de amor, 50 cantigas de amigo e 50 cantigas de escárnio e maldizer), argumentamos a favor da possibilidade de se considerar a existência de um constituinte intermediário como um nível hierárquico importante dentro da estrutura prosódica do Português Arcaico. Para comprovar tal possibilidade, analisamos três tipos de evidências: as pistas que vêm do fenômeno de interpolação, as pistas que vêm da consideração de estruturas prosódicas inseparáveis e as pistas que vêm do processo de elisão. A interpolação nos sugere um caráter distinto no comportamento dos pronomes do ponto de vista fonológico, uma vez que, quando temos material entre o clítico e o verbo, não é possível considerar que a palavra hospedeira fonológica do pronome clítico seja o verbo. Assim como Guzzo (2015) mostra para o Português Brasileiro, verificamos que no Português Arcaico há determinadas estruturas inseparáveis que devem ser prosodizadas no Grupo Composto (VOGEL 2008, 2009, 2010). Em relação à elisão, levando em consideração os trabalhos de Massini-Cagliari (2005, 2015) e Cangemi (2014), demonstramos que os pronomes clíticos estão sujeitos a esse processo. Como se trata de um fenômeno que ocorre apenas em fronteira de palavra, ou seja, entre duas palavras fonológicas, acreditamos que o pronome oblíquo tem um comportamento semelhante. Porém, como os clíticos não podem ser considerados palavras fonológicas, uma vez que são átonos e precisam de uma palavra hospedeira tônica para se subordinarem, propomos a admissão da existência de um domínio prosódico localizado entre a palavra fonológica (PWd) e o sintagma fonológico (PPh), no caso o grupo composto (CG), que possa dar conta da prosodização de estruturas contendo clíticos. Por meio destes argumentos, verificamos que nossos dados confirmam a hipótese de se considerar esse constituinte intermediário, localizado entre a PWd e o PPh, dentro da escala prosódica do Português Arcaico. |