Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Gementi-Spolzino, Mariana Moretto [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/154222
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Resumo: |
O objetivo da presente tese é estudar as fricativas (sibilantes e chiantes) nas cantigas trovadorescas, a partir das relações existentes entre letras e sons e as possíveis grafias nas cantigas religiosas e profanas. O corpus é composto por 50 Cantigas de Santa Maria (CSM), das 420 cantigas marianas em louvor à Virgem Maria, compiladas em galego-português por Afonso X, e por 150 cantigas profanas, sendo 50 cantigas de amigo, 50 cantigas de amor e 50 cantigas de escárnio e maldizer. A metodologia utilizada baseia-se na análise das rimas e das variações gráficas presentes nas cantigas trovadorescas, o que nos possibilitou um estudo inédito sobre a realização fônica das fricativas (sibilantes e chiantes) de uma época da língua em que não há mais falantes vivos. Além disso, fez parte dos procedimentos metodológicos de nossa pesquisa a consulta a glossários, rimários e dicionários do português medieval, material que nos auxiliou no mapeamento das rimas nas cantigas medievais. A análise do sistema consonantal do Português Arcaico (PA), para estabelecer se havia ou não oposição entre os sons representados pelos grafemas focalizados, foi embasada no modelo estruturalista de Pike (1971 [1947]) e em obras que retomam o modelo de Pike, como Cagliari (2002), Souza e Santos (2012), Ferreira Netto (2011), Pickering (2010). Através da análise dos dados, verificamos que as consoantes fricativas na posição de onset silábico nas cantigas religiosas e profanas se comportam de maneira um pouco diferente nos dois corpora. Os segmentos representados pelos grafemas <ss>/<s>, por um lado, e <ç>/<c>/<z>, por outro, estabelecem entre si uma relação de oposição fonológica. Em relação à posição de coda silábica, nas CSM, os dados indicam uma oposição entre as sibilantes vozeadas e desvozeadas em posição de coda, bem como entre as sibilantes e as chiantes, mas os dados analisados nas cantigas profanas indicam que poderia já haver uma neutralização de vozeamento entre as sibilantes e entre estas e a consoante representada por <x>. Como não dispomos da presença do falante nativo para a comprovação da pronúncia da época, nosso estudo mostra, através da análise dos dados, a riqueza informativa da documentação poética, visto que o estudo das rimas e das variações gráficas é de fundamental importância para o estabelecimento das realizações fonéticas e para a depreensão do sistema fonológico vigente (MATTOS E SILVA, 1989, p. 40). Por isso, este estudo é relevante na compreensão da história da língua portuguesa, uma vez que a coleta e a análise dos dados trazem confirmações de suposições levantadas pelos estudiosos sobre as fricativas sibilantes e chiantes no PA e indícios que ajudam a apontar a datação de processos fonológicos como a neutralização das fricativas em coda (MATTOS E SILVA, 2006; MAIA, 1997 [1986]; TEYSSIER, 1987). |