Elaboração e validação de questionário de frequência de consumo alimentar e avaliação da microbiota intestinal nos diferentes tipos de dieta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Salustiano, Letícia Pacífico Queiroz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/254854
Resumo: As práticas alimentares dos grupos sociais distintos são determinadas por fatores diversos que vão desde a acessibilidade aos alimentos até critérios de escolha baseados em crenças religiosas, ideologias e valores culturais. Os aspectos comportamentais (sono, etilismo, medicamentos, tabagismo, prática de atividade física e composição alimentar) têm moldado a microbiota intestinal humana dominando a influência genética. A maneira mais utilizada para a obtenção de informações sobre o consumo alimentar são os inquéritos dietéticos. Considerando que não existe um QFCA no Brasil que avalie o consumo alimentar de adultos saudáveis, ponderando a interação dos nutrientes e o comportamento da microbiota intestinal, o presente estudo se propôs a elaborar e validar um QFCA e avaliar a microbiota intestinal nos diferentes tipos de dieta. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, e foi obtida assinatura dos sujeitos da pesquisa pelo TCLE. Trata-se de um estudo analítico e transversal realizado na cidade de São José do Rio Preto, onde reside a população e amostragem estudada, composta por indivíduos com intervalo etário entre 18 a 60 anos. Foi realizado extração do DNA das amostras das fezes, e realizada PCR em tempo real para caracterização da microbiota intestinal. O questionário trouxe campos indagações acerca de dados demográficos, da primeira infância, mensurações antropométricas e aspectos comportamentais, além do inquérito alimentar. Foi aceito um intervalo de 95% de confiança nos testes estatísticos realizados. O questionário apresentou scores de validade, concordância, confiabilidade e consistência interna aceitáveis. As variáveis que apresentaram associação estatisticamente significante com o tipo de dieta foram: escolaridade, amamentação, exclusividade do aleitamento materno, consumo de fórmulas infantis, peso, IMC, circunferência da cintura, do quadril, religião, consumo de álcool, frequência intestinal, consistência das fezes, consumo de: leite, carnes, gordura animal, ultraprocessados, glúten, adiçante, doces/sobremesas e café (p≤0,05). Representantes dos filos Bacillota, Bacteroidota e Pseudomonadota apresentaram correlação com o tipo de dieta consumida (p≤0,05). As classe Clostridia, Bacteroidia e Betaproteobacteria foram as que diferiram significativamente entre onívoros e vegetarianos (p≤0,05). As famílias Lachnospiraceae, Porphyromonadota, Rikenellaceae e Alcaligenaceae diferiram entre os grupos de dietas diferentes (p≤0,05). Os gêneros fortemente associados com com o tipo de dieta foram: Alistipes, Parabacteroides, Odoribacter, Faecalibacterium, Bifidobacterium, Pseudobutyvibrio, Blautia, Dialister, Coprococcus, Lactobacillus e Dorea (p≤0,05). O QFCA foi validado e pode-se concluir que existem características distintas na composição da microbiota intestinal fortemente associadas ao tipo de dieta consumida.