Análise da microbiota fecal de crianças alérgicas e não alérgicas às proteínas do leite de vaca.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cardoso, Naiane Samira de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42132/tde-13122021-191324/
Resumo: A microbiota intestinal está envolvida na regulação de várias funções fisiológicas, incluindo a degradação de substâncias não digeríveis, produção de ácidos graxos de cadeia curta, redução da colonização de patógenos por conta da competição pelos sítios de adesão e permeabilidade intestinal. É composta predominantemente por bactérias anaeróbias sendo os filos Bacteroidetes e Firmicutes os mais prevalentes. A composição da microbiota intestinal e fecal pode variar em quantidade e especificidade nos sítios anatômicos. Neste estudo foi analisada a composição bacteriana das microbiotas fecais em crianças com e sem alergia às proteínas do leite de vaca. Foi realizado o isolamento bacteriano para os gêneros Lactobacillus, Bifidobacterium, Bacteroides/Parabacteroides e Clostridium, análise quantitativa das fezes por PCR em Tempo Real e a filogenia por AP-PCR dos isolados de Bifidobacterium e Lactobacillus de ambos os grupos estudados. Das 25 fezes de crianças com alergia, 14 (56%) delas apresentaram espécies de Lactobacillus, 19 (76%) de Bifidobacterium, 15 (60%) de Clostridium, 24 (96%) de Bacteroides e/ou de Parabacteroides. Já no grupo de crianças não alérgicas 20 (80%) foram positivas para Lactobacillus, 23 (92%) para Bifidobacterium, 9 (36%) para Clostridium, 22 (88%) para Bacteroides e/ou Parabacteroides. Em ambos os grupos na faixa etária de 6 a 10 anos de idade, as amostras fecais apresentaram maior diversidade de espécies, observando-se a presença de Lactobacillus spp., L. rhamnosus, L. casei, Bifidobacterium spp., B. infantis, Parabacteroides distasonis, Bacteroides fragilis, B. vulgatus, C. innocuum, e C. septicum. A análise quantitativa dos microrganismos realizada nas fezes mostrou diferenças estatísticamente significativas para Clostridium perfringens (p = 0,037), Clostridium Cluster l (p = 0,005), Escherichia coli (p = 0,001) e Bacteroidetes (p = 0,051). Os dendrogramas obtidos com as espécies de Lactobacillus e Bifidobacterium de ambos os grupos de crianças analisados, mostraram uma diversidade genética heterogênea e a presença de clones bacterianos, pertencentes na maioria das vezes, por bactérias isoladas do mesmo paciente. Na literatura mundial se observam escassos estudos sobre composição da microbiota intestinal e/ou fecal de crianças com alergia ao leite de vaca. Certamente, este estudo comparativo poderá servir como base para pesquisas mais profundas nesta linha de investigação.