Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silva, Jonatan Gomes dos Santos e |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/213758
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Resumo: |
A escritora Carolina Maria de Jesus (191?-1977) construiu um acervo literário composto por mais de cinco mil folhas, permeado por diversos gêneros, cujos textos foram escritos a partir da forte influência da oralidade e da memória, elaborando uma dicção que pode ser classificada como “poética de resíduos” (FERNADEZ, 2019). As suas experiências transmutadas em memória são o fio condutor de seus textos. Por estar fora de uma conjuntura hegemônica, emergindo de uma mulher negra e pobre, sua obra foi pensada como uma “escrevivência”, termo cunhado pela escritora Conceição Evaristo, que vai além de uma escrita autobiográfica, pois, mais do que uma necessidade de existência através da escrita, ele nos permite vislumbrar a resistência coletiva por trás do silenciamento de corpos negros. Para Carolina Maria de Jesus, o papel da infância é crucial nesse processo. Este destaque está atrelado à autorecuperação que a “escrevivência” promove. Ao expressar o seu eu-menina, ela reconstrói seu passado e presente sob uma nova ótica, podendo erguer sua voz, singular e coletivamente, nesse novo processo. Portanto, a pesquisa propõe a análise da expressão de infância da escritora Carolina Maria de Jesus a partir de suas narrativas datiloscritas, produzidas durante as décadas de 1960 e 1970, e microfilmadas pela Fundação da Biblioteca Nacional. O acesso a este material foi possível devido a uma cópia disponível no Centro de Documentação e Apoio a Pesquisa (CEDAP- Assis, SP). Além disso, a obra “Meu sonho é escrever...” (JESUS, 2018), também é utilizada, pois incorpora grande parte dessas narrativas datiloscritas, auxiliando na compreensão das páginas que estavam deterioradas. O recorte temporal segue a dupla temporalidade da “escrevivência” carolineana, isto é, o tempo rememorado e o tempo da escrita, o que contempla o período da década de 1910 a 1977. Assim, é possível lidar com a ordem flutuante estabelecida por Carolina de Jesus em seus textos e analisar sua expressão de infância. |