Carolina Maria de Jesus e a escrita de si como lugar de memória e resistência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nascimento, Daniela de Almeida [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193413
Resumo: Carolina Maria de Jesus surge nas letras brasileiras com a publicação de Quarto de despejo: diário de uma favelada, em 1960. Para a autora o sucesso comercial do livro publicado indicava sua integração ao campo literário e reconhecimento de sua escrita. Para a crítica especializada, o diário carecia de consistência literária e constituía mero documento factual produzido por uma “favelada” – epíteto determinante na recepção da sua obra. Em toda sua escrita autobiográfica, Carolina de Jesus desafia o discurso redutor e inscreve-se como autora da sua própria história, construindo textualmente sua identidade múltipla e multifacetada. Este trabalho propõe um estudo analítico de Quarto de despejo (1960), Casa de alvenaria (1961) e Diário de Bitita (1986) a partir de uma discussão das possibilidades dessa escrita situada entre o discurso referencial, memorial e ficcional (CANDAU, 2011; CARLOS e ESTEVES, 2009; JOZEF, 1997; LEJEUNE, 2014). Além disso, analisamos a questão de identidade e autodefenição que consiste tanto da sua dimensão individual, de tomada da palavra e de se tornar sujeito do seu próprio discurso quanto pela dimensão coletiva em termos de história, memória, identidade, cultura, discurso e episteme (EVARISTO, 2008; FANON, 2008; KILOMBA, 2019b).