Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Damasceno, Barbara Catalano [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/213803
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Resumo: |
As doenças cardiovasculares são importante problema de saúde em nossa sociedade, sendo o infarto do miocárdio (IM) a primeira causa de morte no Brasil. Após IM mudanças complexas ocorrem no ventrículo esquerdo (VE), que são definidas como remodelação cardíaca (RC). Vários fatores podem participar nas adaptações da RC após o IM, como estresse oxidativo, inflamação, apoptose, além de fibrose, que ocorre por alterações da matriz extracelular (ME). Sendo assim, estratégias para atenuar a RC após o IM podem diminuir ainda mais a mortalidade pós-IM e limitar a morbidade. Neste contexto, compostos bioativos (CBAs) de produtos naturais, com propriedades cardioprotetoras como flavonoides podem ser um importante adjuvante na terapia do IM. A vitamina C é um CBA importante para a saúde humana, pois é fundamental para diversas atividades fisiológicas como síntese de colágeno, além de atuar como poderoso antioxidante. Estudos experimentais e clínicos realizados com infarto e suplementação de VC mostraram que a suplementação de VC diminui a hipertrofia e melhora a função cardíaca pós-IM, e exerce papel antioxidante e antiinflamatório. Adicionalmente, estudo com deficiência de VC mostrou risco aumentado de IM e piora da função sistólica e diastólica, sendo de extrema importância para sobrevivência pós-I M. A acerola, é uma fruta com altíssimos teores de vitamina C e outros compostos bioativos com potencial antioxidante que mostram-se eficazes no tratamento adjuvante do IM. Sendo assim, a vitamina C e os CBAs podem ter importante papel no tratamento do infarto do miocárdio, atenuando a remodelação cardíaca pós-infarto. Além disso, a interação entre vitamina C e os CBAs da acerola podem exercer ação sinérgica, potencializando os efeitos benéficos, comparado à suplementação isolada de cada composto separadamente. Sendo assim, o objetivo do estudo foi verificar a influência da suplementação de vitamina C e da acerola sobre a remodelação cardíaca após infarto do miocárdio em ratos. Para este estudo foram utilizados ratos machos da raça Wistar, divididos em 3 grupos: 1) grupo infarto (I), animais submetidos ao infarto experimental e alimentados com dieta padrão; grupo infarto e vitamina C (IVC), animais submetidos ao infarto experimental e alimentados com ração suplementada com vitamina C (150mg/kg); grupo infarto e acerola (IA), animais submetidos ao infarto experimental e alimentados com ração suplementada com acerola (15g/kg). A quantidade de acerola suplementada forneceu a mesma quantidade de vitamina C que receberam os grupos suplementados apenas com esta vitamina hidrossolúvel. Após três meses, esses animais foram submetidos à avaliação ecocardiográfica e posteriormente à eutanásia, onde foi realizada a coleta de material biológico pararealização das análises histológicas, bioquímicas e moleculares. Pela análise histológica foram excluídos os infartos inferiores a 30%, restando 15 animais 5 no grupo I, 15 animais no grupo IVC e 16 animais no grupo IA. Para análise estatística foi utilizada ANOVA de 1 via (dados apresentados em média ± DP) ou Kruskal Wlallis (dados apresentados em mediana e percentil 25 e 75), de acordo com a normalidade dos dados, e o valor de p foi de 5%. Não houve diferença entre os grupos para o peso corporal, final e para a ingestão de ração. Com relação às alterações estruturais podemos observar diminuição do AE e do DSVE nos animais IVC e IA comparados ao I. O AE/AO foi menor e a ESSV foi maior apenas no IA comparado ao I. Com relação às variáveis de função sistólica, houve aumento da FE e da % de encurtamento endocárdico em IVC e IA comparados ao I, e maior VEPP e menor IPM no IA comparado ao I. Para a análise de função diastólica podemos observar maiores valores de E'médio no IA comparado ao I, e maiores valores da relação E’/A’ também no grupo IA, quando comparado ao I e ao IVC. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos para nenhuma variável morfométrica analisada, nem para as análises histológicas de área do infarto e porcentagem de colágeno total. Para os parâmetros de estresse oxidativo, DHE e expressão das proteínas antioxidantes GPx e HO-1, também não foram observadas diferenças. Para os mediadores inflamatórios, houve maiores valores de IL-10 no grupo IA quando comparado ao grupo I. Com relação aos componentes de matriz extracelular, houve diminuição do colágeno III e do TIMP-2 em ambos os grupos suplementados; diminuição do colágeno I apenas no grupo IVC; e diminuição do TIMP-4 apenas no grupo IA. Podemos concluir que a suplementação de vitamina C e acerola atenuam remodelação cardíaca pós IM, com melhora da função sistólica e diastólica. Os mecanismos envolvidos podem ser decorrentes da remodelação da matriz extracelular e do aumento da citocina anti-inflamatória IL-10. |