Uso de glicerol como fonte de conversão energética nos processos de co-digestão anaeróbia e ensilagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Schwingel, Alice Watte [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150001
Resumo: A produção de biodiesel gera altas quantidades de glicerina bruta de baixa qualidade, com baixo conteúdo de glicerol, que requer purificação para atender o mercado consumidor ou pode ser usado em sistemas de reciclagem, nos quais os resíduos poluentes resultarão em energia limpa ou energia na forma de alimento. Para empregar esta glicerina nesses sistemas, ela deve estar associada a outro resíduo de modo a equilibrar a digestão do meio e aumentar o rendimento energético ou estar associado a uma forrageira com características que suporte sua inclusão no processo de ensilagem. Com esta pesquisa, objetivou-se avaliar a influência de conteúdos de glicerol na composição da glicerina (40% (G40), 60% (G60) e 80% (G80)) sobre o desenvolvimento da co-digestão anaeróbia com excretas de aves de postura com as inclusões de níveis de glicerol de 0, 1, 2, 3 e 4% dos sólidos totais (ST) e também com níveis de glicerol de 0, 2, 4 e 6% na matéria seca (MS) ensilada sobre o desempenho do processo de ensilagem de capim Urochloa brizantha cv. Piatã. O delineamento experimental utilizado nos dois experimentos foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial duplo, com análise da interação entre os dois fatores (pureza das glicerinas e níveis de glicerol). O efeito das purezas foi avaliado por teste de média e das doses de glicerol por contrastes ortogonais, a fim de encontrar as doses ideais por meio dos modelos ajustados. A pureza das glicerinas teve efeito semelhante para maioria dos parâmetros avaliados. A inclusão de 2,5% de glicerol gerou a maior produção de biogás por SV (1654,1 L kgadicionado-1). Com 2,6% de glicerol obteve-se a maior produção de biogás por ST e máximas produções de metano por ST e SV (1058,91 L kgadicionado-1), possibilitando incremento de 34,7 e 36,3% nas produções específicas de metano por ST e SV adicionados, respectivamente. A maior redução de ST (60,97%) foi observada com a inclusão de 2,2% de glicerol e com 2,4% obteve-se a maior redução de SV (73,6%). Com 2,1% de glicerol na G40 houve redução de 55,4% na DQO, já com 2,6% de glicerol houve 50,4 e 50,5% de redução para G60 e G80, respectivamente. Na ensilagem foram observados aumentos nas populações de bactérias ácido láticas, alcançando 7,58 Log UFC/g de silagem com a dose de 6% de glicerol, e de bactérias mesofílicas anaeróbias facultativas em função da dose de glicerol. O glicerol influenciou positivamente os valores nutricionais e para conservação do valor máximo (4,6%) de PB do capim, encontrou-se como dose ideal a inclusão de 2,9% de glicerol. Portanto, pode-se concluir que a pureza da glicerina teve um efeito sobre estes processos de co-digestão e ensilagem. Considerando os altos custos do processo de purificação, é possível indicar a utilização a partir da G40 com inclusões de até 2,6% de glicerol aos ST para melhorar a co-digestão com dejetos de galinha de postura e de até 6% de glicerol sem prejuízos ao processo de ensilagem de capim Piatã.