Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Caldas, Cirlene da Cunha |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-10102017-135641/
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Resumo: |
Introdução: Nas últimas décadas, as infeções fúngicas invasivas por leveduras tornou-se um importante problema de saúde pública, dado sua incidência crescente relacionada ao aumento da população suscetível. O reconhecimento destes patógenos em aspectos como, distribuicão ambiental e caraterísticas fenotípicas, são pilares essenciais para sua vigilância e controle. Objetivo: Descrever a frequência dos agentes de criptococose e outras leveduras com potencial patogênico e comparar essa frequência em excretas de aves silvestres em três municípios do estado de São Paulo, com vistas a melhor conhecimento da distribuição desses agentes no ambiente, além de determinar o perfil de suscetibilidade in vitro a antifúngicos de uso clínico. Método: No período de 2 anos, aves silvestres foram identificadas em áreas de circulação de 3 municípios de São Paulo (Praia Grande, Santos e Rio Claro) e submetidas à coleta de excretas para isolamento de leveduras com potencial patogênico. Análise microscópica e macroscópica para classificação presuntiva de gênero foram realizados em todas as colônias de leveduras obtidas das amostras de excretas. A suscetibilidade dos isolados de leveduras aos antífúngicos: fluconazol, voriconazol e anfotericina B foi determinada segundo método de referência europeu (AFST-EUCAST). Análise de dados: Foi utilizada a regressão de Poisson com a opção robusta para estimar razões de prevalência e identificar variáveis associadas com os principais isolados identificados, com opção de cluster para agrupar os isolados por excreta. Foi avaliado o nível de concordância entre os dois métodos de identificação (fenotípico e MALDI-TOF), utilizando o coeficiente Kappa. Adicionalmente, foi estimada a correlação entre os MIC´s dos fármacos estudados no total de espécies identificadas, utilizando o coeficiente de correlação de Spearman. Resultados: Das 294 excretas coletadas, 42,2 por cento continham leveduras, incluindo espécies de Candida 62 por cento , seguido por Rhodotorula 16,4 por cento , Cryptococcus 10,4 por cento , Trichosporon 6,6 por cento e Pichia 2,7 por cento . Muitas espécies, verificadas em alta frequência, tem forte potêncial de causar infecção invasiva, como: C. parapsilosis stricto sensu, C. tropicalis, Clavispora lusitaniae, C. krusei, C. orthopsilosis, C. glabrata, C. laurenti, C. albicans, C. metapsilosis, C. nivariensis e Meyerozyma guilliermondii. A resistência ao fluconazol, voriconazol e anfotericina B ocorreu nesses isolados, sendo documentada uma forte correlação entre a susceptibilidade, principalmente entre os azois (fluconazol e voriconazol), no entanto, a correlação mesmo sendo menor também foi significativa entre esses fármacos e a anfotericina. De 13 espécies de aves silvestres dispersoras de leveduras, as de maior frequência foram: Sula leucogaster 26,2 por cento , Turdus leucomelas 17 por cento , Larus dominicanus 15 por cento , Thalasseus maximus 11,2 por cento , Thalasseus acuflavidus 5,4 por cento , Tangara sayaca 4,4 por cento , Turdus amaurochalinus 3,7 por cento , Sterna hirundinacea e Pitangus sulphuratus 2,7 por cento . Os gêneros identificados apresentaram associações entre local, estação do ano e espécies de aves. Conclusões: Dentre as principais espécies de aves estudadas, 3 eram de hábitos migratórios (Thalasseus maximus, Thalasseus acuflavidus e Sterna hirundinacea) o que permite inferir dispersão interamericana de leveduras patogênicas. Diversas espécies resistentes a antifúngicos foram descritas, pela primeira vez, em excretas de aves silvestres conferindo a este estudo o valor de contribuir para o conhecimento da epidemiologia das infecções fúngicas por leveduras. |