A dexametasona administrada pela via subaracnoidea é toxica à medula espinal e meninges de coelhos?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Moroto, Denise
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153620
Resumo: Introdução: Dor perioperatória desencadeia resposta neuroendócrina ao estresse, responsável por efeitos adversos em vários órgãos e sistemas. Estratégias foram desenvolvidas para controle da dor e dessa resposta ao trauma, como a injeção de dexametasona, glicocorticoide de alta potência, no espaço peridural e subaracnoideo. Embora a injeção de corticosteroides no neuroeixo seja realizada com aparentes benefícios em seres humanos no contexto da dor aguda e crônica, a eficácia e segurança desse procedimento continuam discutíveis e alvo de controvérsia na literatura. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos histológicos que a dexametasona administrada no espaço subaracnoideo determina sobre o tecido nervoso da medula espinal e das meninges dos coelhos. Método: Após aprovação pela Comissão de Ética no Uso de Animais, 28 coelhos adultos jovens foram randomizados em dois grupos (G) experimentais com 14 animais cada: G1 recebeu solução salina a 0,9% pela via subaracnoidea e G2, dexametasona na dose de 0,37 mg.kg-1. Os animais foram mantidos em cativeiro por 21 dias, durante os quais se avaliou motricidade e sensibilidade dolorosa. Depois desse período, sob anestesia venosa, foram submetidos a sacrifício para retirada da porção lombar e sacral da medula espinal e das meninges para avaliação histológica pelo método de Hematoxilina-eosina (HE) e de marcação imuno-histoquímica para Proteína Glial Fibrilar Ácida (GFAP). Resultados: Todos os animais permaneceram sem alterações clínicas durante o período de cativeiro. Nenhum animal do G1 apresentou alterações histológicas à microscopia óptica. No G2, 13 animais exibiram infiltrado inflamatório linfoplasmocitário perivascular nos vasos das meninges, com ou sem acometimento também das meninges e do parênquima nervoso. Os animais do G2 também tiveram percentual de células marcadas pelo GFAP inferior aos do G1 (p<0,05). Conclusão: Neste modelo experimental em coelhos, a solução de dexametasona determinou alterações histológicas no tecido nervoso da medula espinal e, principalmente, nas meninges.