No entre dois: o vínculo do casal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gomes, Maria do Socorro Lacerda [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151435
Resumo: O presente estudo discute o vínculo do casal tomando como referência a psicanálise vincular amparada pela psicanálise freudiana. Para tanto, foi necessário um retorno a Freud e auferir que sua obra compõe teorias que envolvem o outro e carrega o gérmen da psicanálise vincular, pois mesmo na sua primeira fase, a metapsicológica, o sujeito não é dissociado das origens e interações. Tendo como premissa a afirmação de que somos constituídos pelos vínculos, o objetivo desse estudo é ressaltar o vínculo do casal como uma construção entre dois. Diante disso, pleiteia-se através dos conceitos da obra freudiana – objeto, identificação e sintoma – distinguir de que forma o encontro entre duas subjetividades implica o reencontro do objeto primário, que se dá pelo processo de identificação e denota o sintoma de cada um. Destarte, ainda que tais pontuações possam sinalizar uma percepção negativa, enfatiza-se que o encontro amoroso contém potência de mudança, possa esta ocorrer ou não. O espaço do entre ou espaço do vínculo é aquele no qual os sujeitos elaboram suas formas de se relacionar, um limite no qual ambos se apropriam de algo mutuamente, mas que também implica entrar em contato com o que não poderá ser incorporado por ser específico do outro. Neste estudo, o espaço do vínculo abordado, para fim de delimitação teórica, foi definido como o do casal heterossexual. A díade-casal é considerada uma unidade extremamente complexa por ser a única ligação de aliança que pressupõe uma parentalidade, embora não haja laços sanguíneos entre as partes. Sua estrutura, organização e funcionamento psíquico, bem como o manejo da relação, estão intimamente ligados às etapas evolutivas do desenvolvimento emocional dos membros do casal. Diante dessas constatações, apontamos como objetivos específicos: 1) Compreender a relação entre ter sido desejado pelo primeiro objeto e a capacidade de vincular-se; 2) Estabelecer a relação entre a vivência com o primeiro objeto e o tipo de busca do parceiro amoroso; e 3) Entender a interferência do sintoma no processo de separação. Metodologicamente, esta pesquisa está situada nos campos da exegese e da hermenêutica, uma vez que coube aos livros transmitir noções e lapidar percepções das vivências, não se tratando apenas de compilado de autores e defesa de ideias, mas da necessidade de entender este importante aspecto da existência – o vínculo. O primeiro capítulo apresenta um breve percurso histórico e conceitual da psicanálise e da psicanálise vincular. O segundo, as noções de vínculo e vínculo de casal. O terceiro capítulo direciona a reflexão para a escolha amorosa ou, mais especificamente, o encontro do parceiro amoroso. Por fim, o quarto capítulo versa sobre a separação do casal, partindo de um processo que se dá ao longo do aparecimento dos estados de irritação e do desvinculamento gradativo do casal. Para concluir, ressalta-se que cada casal é uma construção inédita e a experiência da relação de um casal, em toda sua complexidade, é um dos espaços privilegiados no qual transcorre a vida psíquica.