Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Nakagawa, Robson Thiago Barbosa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-11122015-100406/
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Resumo: |
A tarefa do cuidado está presente de maneira fundamental na existência e na sobrevivência dos seres humanos. Desde seu nascimento o bebê humano precisa da ajuda de alguém que seja capaz de compreender suas necessidades essenciais e prover algo em seu favor. Esse gesto originário representa não apenas um momento de zelo, mas uma atitude de preocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com o outro. Essas qualidades presentes no gesto de cuidado revelam sua dimensão ética alicerçada na consideração e no reconhecimento à alteridade. Embora as atividades que desempenham a função de cuidar ao longo da vida do ser humano possam ser caracterizadas por distintas propostas de intervenção e diante de situações diversas, compreendemos que a essência do cuidado está embasada em sua dimensão ética. Nesse sentido, o cuidado pode ser definido não apenas pela execução de determinadas tarefas, mas pelo reconhecimento e consideração ao outro em suas características mais singulares. O objetivo do presente trabalho consiste em realizarmos uma discussão teórica a respeito da noção de cuidado na obra freudiana, ressaltando os aspectos presentes no trabalho psicoterapêutico, bem como as contribuições que o pensamento de Freud oferece ao tema do cuidado no desenvolvimento humano. Temos como foco de trabalho a obra do autor no período compreendido entre 1895 e 1915, o qual representa as experiências iniciais que fundamentam a clínica psicanalítica até sua formalização em 1915, sob a forma denominada clínica clássica. Notamos que a psicanálise surge com proposta de intervir nos estados de sofrimento psíquico, incluindo a dimensão subjetiva do paciente em uma época na qual as doenças eram compreendidas apenas como reflexos de alterações nas estruturas fisiológicas. Ao devolver a fala ao paciente, Freud abre a possibilidade de escutar e acolher sua história e seus sofrimentos, compreendo as vicissitudes de sua vida afetiva e os efeitos que elas produzem em seu psiquismo. Nesse sentido a clínica psicanalítica pode ser caracterizada pela abertura a alteridade, incluindo a dimensão inconsciente do sujeito. Seu trabalho está fundamentado na consideração e no respeito à condição singular do paciente, de modo que as intervenções buscam uma tomada de consciência não restrita ao plano viii intelectual, mas resultado de uma vivência afetiva na qual os conflitos oriundos da sexualidade infantil possam ser assimilados à história e à consciência do indivíduo. O método desenvolvido por Freud pressupõe uma posição empática do analista, capaz de acolher e favorecer as experiências transferências, manejando-as de tal maneira que possam ser elaboradas e significadas pelo sujeito. Se, por um lado, o autor desenvolve um trabalho cuja proposta está alicerçada no cuidado humano, por outro lado, à abertura a alteridade que seu método possibilita, permite-nos compreender que o cuidado inicial oferecido pela mãe, além de ser essencial na constituição do individuo e retirá-lo da condição de desamparo, é responsável por produzir marcas em sua vida afetiva, as quais estarão nas raízes de seu sofrimento neurótico derivado das imposições da cultura e da sociedade sobre suas formas mais primitivas e originais de satisfação |