Percepção de parceiros de pessoas com estomia intestinal sobre a sexualidade do casal

• Ano de defesa: 2015
• Autor(a) principal: SANTOS, Fernanda Silva
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro; Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem; Brasil; UFTM; Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
• Palavras-chave em Português: Sexualidade; Estomia; Cônjuges; Sexuality; Ostomy; Spouses; Sexualidad; Estomía; Esposos; Enfermagem
• Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/279

A confecção de uma estomia intestinal altera diversos aspectos da vida do indivíduo. Da mesma forma, altera-se a dinâmica familiar, em especial a vida dos parceiros e pode haver uma mudança na forma do exercício da sexualidade para ambos. A sexualidade é inerente a todas as pessoas, perpassando o ato sexual em si; conota a totalidade do ser humano e é social e historicamente construída. Sendo assim, esse estudo objetivou compreender a percepção do parceiro de uma pessoa com estomia intestinal sobre a sexualidade do casal. Para tal, foi realizada uma pesquisa qualitativa, utilizando a História de Vida Focal como abordagem metodológica, em que foram entrevistados 13 parceiros de pessoas estomizadas, cadastradas no Programa de Atendimento Multiprofissional ao Paciente Ostomizado, do Ambulatório Maria da Glória da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. A coleta de dados se deu por meio de entrevista em profundidade, do tipo aberta, com a formulação de duas questões norteadoras, além de um roteiro e de um diário de campo utilizados para apreender os sentimentos dos parceiros frente à experiência vivenciada. Os dados foram analisados pela análise temática de onde emergiram quatro categorias. Na primeira, denominada “Conceituando sexualidade”, elencaram-se os diversos significados que os entrevistados deram à sexualidade, pois se acredita que a forma como a sexualidade é compreendida influencia no exercício da mesma. Na segunda, chamada ”No início...”, explicitou-se como os parceiros enfrentaram o momento inicial após a estomização, com vários relatos de que essa foi a fase mais difícil. A terceira, “Ter um parceiro com estomia intestinal – Significados”, diz respeito aos significados que o sujeito possa dar ao fato de ter um parceiro estomizado, e suas subcategorias: na primeira se aborda o parceiro como principal cuidador do estomizado; na segunda, se tecem referências sobre a intimidade sexual do casal; em uma terceira subcategoria, se discorrem sobre as mudanças ocorridas no exercício da sexualidade do casal; e na quarta foram analisados os sentimentos que emergiram após a cirurgia de confecção da estomia intestinal no parceiro. Por fim, a quarta categoria, denominada “Facilitadores/dificultadores da vivência de ser parceiro de uma pessoa com estomia intestinal”, se discorrem sobre fatores, internos e externos, influenciadores da convivência harmoniosa com essa nova condição de vida, em que se apresentam quatro subcategorias: estratégias utilizadas para favorecer o exercício da sexualidade, que incluem subterfúgios usados pelo casal para o alcance da melhoria do exercício da sexualidade; espiritualidade, com a busca em um ser superior para favorecer o enfrentamento de situações adversas e conflitantes; os problemas com a renda, que podem afetar o casal pela mudança de papel e status social e pelas restrições causadas pela diminuição da mesma; e os profissionais de saúde, que podem ser agentes facilitadores do enfrentamento para o casal, quando incluem a sexualidade em sua abordagem. Espera-se, com esse estudo, suscitar reflexões sobre a importância e a abrangência dessa temática, para que esse aspecto do viver humano possa ser compreendido e incorporado, definitivamente, na prática clínica do enfermeiro.