O Itinerário Poético de Emílio Moura: uma viagem por nácar, rosa e nuvem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Jeronymo, Aline Maria [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151016
Resumo: A obra poética do mineiro Emílio Moura (1902-1971), localizada à margem da crítica canônica modernista, é conhecida, sobremaneira, pela repetição de meditações interrogativas causadas por um eu lírico que reflete obsessivamente sobre sua condição existencial. Além disso, por trás dessa destacada característica há um trabalho primoroso com a construção da imagem poética, o que faz com que revisemos o lugar desse poeta no cânone literário. Partindo das imagens do poema “Três caminhos” e da análise das principais imagens trabalhadas no Itinerário Poético, obra completa de Moura, propomos traçar três caminhos distintos enveredados em sua poética: o da melancolia, o da idealização e o da memória. Estes três aspectos são uma prévia interpretação de imagens que são subjetivadas por um processo de construção abstrato. Os temas do Itinerário não são dissociados, já que há um encadeamento imagético que faz com que tudo esteja interligado. As principais imagens recorrentes, como noite, sombras, musa, rosa, espelho, nuvem e menino, estão dissolvidas, a nosso ver, nos três eixos principais. Estes eixos interpenetram-se e relacionam-se diretamente entre si, formando uma espécie de diálogo circular entre os poemas. A partir da noção de que imagem é analogia, inferimos, por exemplo, que a noite pode representar a morte; a rosa, o amor; as sombras, a ausência; o menino, a memória. Essa construção realiza-se por meio de uma linguagem evocativa que sugere a presentificação do ausente, já que a imagem, ao fundir o signo à “coisa”, tem o poder de criar novos mundos. Ao analisar a imagem no Itinerário Poético, incluímos uma gama de significações à poética de Emílio Moura, portanto, mais do que uma análise temática, trouxemos à tona a importância da inserção da poética emiliana em um contexto mais amplo da literatura moderna/modernista brasileira.