Paulo Emílio, a última gargalhada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Vigneron, Victor Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-24022023-140004/
Resumo: O tema desta tese é a trajetória do crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes em suas últimas décadas de atuação intelectual. A partir da pesquisa do material pessoal do crítico, depositado na Cinemateca Brasileira, além de textos publicados e de documentos dispersos em outros arquivos, a proposta é acompanhar as transformações em sua escrita a partir de finais dos anos 1950. Entre os anos 1960 e 1970, sua produção é marcada por um paulatino acercamento com o cinema brasileiro, fato que seria registrado em seus mais conhecidos escritos, \"Uma situação colonial\" (1960) e \"Cinema: trajetória no subdesenvolvimento\" (1973). No entanto, a análise de um conjunto mais amplo de documentos permite observar uma trajetória intelectual mais complexa. Afinal, Paulo Emílio encontrava-se na confluência da institucionalização de um determinado projeto moderno para o país, obstado por diferentes processos que afetaram sua posição; o advento do regime militar, o processo de institucionalização acadêmica e a aceleração da modernização capitalista num sentido conservador levariam de roldão algumas das formulações teóricas apresentadas pelo intelectual no início dos anos 1960. Diante disso, o objetivo específico desta tese é analisar as diferentes encruzilhadas a que a escrita de Paulo Emílio foi submetida, de modo a aferir o trabalho de formulação levado a cabo pelo crítico entre os anos 1960 e 1970. Nesse processo intelectual, a escrita de Paulo Emílio registra um paulatino amadurecimento de determinadas tendências, mas também o descarte de certas experiências, fato evidenciado nos esboços e nos materiais não publicados do autor. No conjunto é possível observar que sua derradeira produção, demarcada entre \"Cinema: trajetória no subdesenvolvimento\" e \"Festejo muito pessoal\" (1977), é um ponto de confluência de diferentes tendências, urdidas de forma paulatina na documentação privada, que configuram uma maneira muito particular de formalizar os dilemas de sua trajetória intelectual.