Efeitos de um programa de práticas parentais positivas em contexto de vulnerabilidade social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Martini, Juliana Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214606
Resumo: As políticas públicas brasileiras têm voltado o olhar para a primeira infância, garantindo recursos básicos na saúde, educação, condições básicas de vida e moradia. No âmbito das políticas socioassistenciais, um dos focos seria o cuidado e o fortalecimento da capacidade protetiva das famílias através de programas e serviços. Dessa forma, o presente trabalho pretendeu avaliar o uso de um programa de intervenção direcionado às práticas parentais em famílias vulneráveis, atendidas dentro de um serviço social de acompanhamento familiar. Trata-se de um estudo quase-experimental, não randomizado, com comparações entre grupos e intragrupo, avaliações uni-cegas, e delineamento longitudinal. Foi composta uma amostra de conveniência com 30 familiares de crianças de 2 a 6 anos, beneficiárias do Programa VIVALEITE, divididos em dois grupos: Grupo Intervenção (GI) e Grupo Controle (GC). Foram utilizados os instrumentos: a) para seleção dos participantes: Ficha Cadastral de Beneficiários; b) para caracterização da amostra: Acompanhamento no CRAS, Ficha de identificação ACT, Adverse Childhood Experiences Study Questionnaire – ACE, Escala de Eventos Vitais; c) para avaliação das práticas parentais: Avaliação ACT, Escala de Parentalidade e Ajustamento Familiar – PAFAS; d) para avaliação do comportamento da criança: Questionário de Capacidades e Dificuldades - SDQ; e) para a intervenção Programa ACT – “Para Educar Crianças em Ambiente Seguros”; f) para avaliação do processo de intervenção: Exercício 6, letra b, da reunião prévia do Programa ACT, Questionário de Avaliação do Programa ACT, Subescala Sobre o Desenvolvimento Infantil da Avaliação ACT, Diários de Campo. Para o GI foram realizadas três avaliações, com aplicação dos respectivos instrumentos: 1ª avaliação (pré-intervenção): Avaliação ACT, PAFAS e SDQ; 2ª avaliação (pós-intervenção): Avaliação ACT, PAFAS, SDQ, ACE e Escala de Eventos Vitais; 3ª avaliação (follow-up): Avaliação ACT, PAFAS e SDQ. Para o GC foram realizadas duas avaliações com os mesmos instrumentos utilizados com o GI, com intervalo de dois meses e meio entre elas. Foram realizadas análises de comparação entre grupos (GI versus GC) e intragrupo (GI), considerando-se as três avaliações (pré-intervenção versus pós-intervenção versus follow-up) e análise quanti-qualitativa do processo de intervenção do GI. De acordo com os resultados, GI e GC eram semelhantes quanto às características sociodemográficas e indicadores de vulnerabilidade, porém houve diferença estatisticamente significativa quanto à idade das crianças (GC<GI). Foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos quanto às pontuações na subescala de Hiperatividade (SDQ) no momento pré-intervenção (GC>GI) e na subescala de Ajustamento Familiar (PAFAS) após a intervenção (GI > GC). Na comparação intragrupo (GI) foi observada diferença estatisticamente significativa em relação à subescala de Ajustamento Familiar do PAFAS (pós-intervenção>follow-up). Portanto, diferentemente do esperado, os resultados não indicaram aumento da frequência de práticas parentais positivas e diminuição de problemas comportamentais da criança, em curto e médio prazo, exceto quanto ao ajustamento familiar. Apesar da dificuldade inicial de adesão das famílias, observou-se índices elevados de fidelização ao programa e assiduidade e uma avaliação positiva do mesmo. Sugere-se, então, a adaptação do Programa ACT à realidade das famílias em vulnerabilidade social, considerando o contexto em que estão inseridas, suas necessidades e desejos, podendo se constituir como ação dentro do Serviço de Acompanhamento e Atendimento Integral a Família (PAIF).