Estudo das práticas parentais de alimentação entre escolares brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mais, Lais Amaral [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5201351
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50389
Resumo: Com as crescentes prevalências de excesso de peso e doenças crônicas não transmissíveis e a comprovação científica da associação entre estas condições e o consumo alimentar inadequado, caracterizado pelo excesso de alimentos ultraprocessados e a carência de alimentos in natura, destaca-se a importância de se compreender os determinantes do consumo alimentar e do estado nutricional infantis. Dentre os fatores relacionados ao ambiente em que a criança está inserida, é evidente a influência da família e, principalmente, dos pais na formação dos hábitos e comportamentos alimentares infantis. Apesar de crianças em idade escolar sofrerem influências de outros atores, como professores e pares, os pais ainda influenciam o desenvolvimento de hábitos e comportamentos alimentares dos filhos. Para isso, se utilizam de estratégias denominadas práticas parentais de alimentação, a depender de suas características e dos seus filhos, preocupações, percepções, compreensão de responsabilidade, estado nutricional e consumo alimentar, entre outros fatores. Dentre as estratégias mais utilizadas destacam-se a restrição, a pressão, o monitoramento, a regulação da emoção, a comida como recompensa e práticas parentas ditas positivas, como modelo, ensinamentos sobre nutrição e a promoção de um ambiente saudável. A presente tese é composta por dois artigos científicos e teve como objetivo o estudo das práticas parentais de alimentação entre crianças de cinco a nove anos matriculadas em escolas particulares de Campinas e São Paulo, SP. O primeiro artigo científico teve como objetivo traduzir e a validar o questionário americano Comprehensive Feeding Practices Questionnaire para o estudo de práticas parentais. A versão brasileira do instrumento é composta de 42 itens divididos em seis fatores: “orientação para uma alimentação saudável”, “monitoramento”, “restrição para a saúde”, “restrição para controle de peso”, “regulação da emoção/comida como recompensa” e “pressão”. A partir de métodos e análises estatístcas rigorosas, incluindo adaptação transcultural, teste-reteste, correlações entre fatores e validades interna, discriminante e convergente, a versão brasileira do instrumento se mostrou válida e adequada para ser utilizada no estudo de práticas parentais de alimentação entre pais de crianças brasileiras entre cinco e nove anos incompletos pertencentes a famílias com níveis médios e altos de escolaridade e socioeconômico. Já o segundo artigo científico teve como objetivo investigar as associações entre as práticas parentais de alimentação potencialmente positivas (“orientação para uma alimentação saudável” e “monitoramento”) e negativas (“restrição para a saúde”, “restrição para controle de peso”, “regulação da emoção/comida como recompensa” e “pressão”) com características sociodemográficas, antropométricas e comportamentais de pais e de seus filhos entre cinco e nove anos incompletos. Dentre os achados, destacam-se as associações entre o baixo uso de práticas positivas e a menor percepção de responsabilidade em relação à alimentação infantil, o uso frequente de tela e o alto consumo de alimentos ultraprocessados. Além disso, o uso de práticas restritivas associou-se à maior percepção de responsabilidade pela alimentação da criança e à preocupação com o excesso de peso infantil. O uso de “pressão” foi associado à percepção e à preocupação parental com o baixo peso da criança e à maior percepção de responsabilidade pela alimentação infantil. Por fim, o alto consumo de produtos ultraprocessados e a menor idade materna foram associados ao maior uso de “regulação da emoção/comida como recompensa”. Assim, o uso de práticas parentais positivas demonstrou ser fator relevante para o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis e estado nutricional adequado dos escolares da amostra estudada, o que aponta para a necessidade de programas e políticas para educar os pais sobre a alimentação infantil motivando-os a promover estilos de vida saudáveis para seus filhos.