Avaliação do potencial tóxico de dois metalo-inseticidas em organismos não alvos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Souza, Raphael Bastão de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143100
Resumo: A crescente utilização de agrotóxicos com o intuito de aumentar a produção agrícola tornou-se um dos principais problemas em relação ao meio ambiente. O solo é o primeiro compartimento a receber estas substâncias e, portanto, os organismos que nele habitam são os mais prejudicados pela sua aplicação. Com o intuito de proteger a biodiversidade do planeta, a comercialização e utilização de muitos agrotóxicos com reconhecida ação tóxica a organismos não-alvos têm sido proibidas por diversos países e organizações internacionais. Para substituí-los de forma eficaz, novos produtos têm sido desenvolvidos. As substâncias testadas no presente estudo, [Mg(5-Cl-phen)(hesperitina)(H2O)2](CH3COO) e [Mg(5-metil-phen) (hesperitina)(H2O)2](CH3COO), foram desenvolvidas como uma alternativa ao formicida sulfluramida, amplamente utilizado no combate às formigas cortadeiras e proibido em muitos países. Estas substâncias são complexos metálicos, compostos por um produto natural extraído de frutos cítricos, o flavonóide hesperitina, ligado a um metal. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo investigar a toxicidade destas duas formulações de metalo-inseticidas para organismos não-alvo. Vegetais superiores, Allium cepa e Tradescantia pallida, e invertebrados terrestres, Rhinocricus padberdi, Eisenia fetida, Enchytraeus crypticus e Folsomia candida, foram utilizados como organismos bioindicadores na realização dos bioensaios. A avaliação da toxicidade foi realizada pela análise de diferentes parâmetros, como aberrações cromossômicas e micronúcleo, alterações histológicas e histoquímicas, indução de proteínas de estresse HSP70, testes de mortalidade e reprodução. Por meio dos testes citogenéticos aplicados em A. cepa e T. pallida, foi possível observar que o metalo-inseticida [Mg(5-metil-phen)(hesperitina)(H2O)2](CH3COO) foi capaz de induzir aberrações cromossômicas e formação de micronúcleo, principalmente em A. cepa. A análise morfológica realizada no intestino médio do diplópodo R. padbergi não apresentou alterações estatisticamente significativas, indicando que os metalo-inseticidas são seguros para a espécie. Porém, a análise das proteínas de estresse revelou que os compostos podem induzir a síntese de HSP70. O composto [Mg(5-metil-phen)(hesperitina)(H2O)2](CH3COO) não é capaz de gerar mortalidade em minhocas da espécie E. fetida nem interferir na sua reprodução, embora interfira na reprodução de enquitréideos da espécie E. cryptus e da espécie de colêmbolos F. candida, uma vez que diminuiu a geração de juvenis, principalmente nas maiores concentrações. Deste modo, sugere-se que o metalo-inseticida [Mg(5-metil-phen) (hesperitina)(H2O)2](CH3COO) apresenta maior potencial tóxico quando comparado ao metalo-inseticida [Mg(5-Cl-phen)(hesperitina)(H2O)2](CH3COO).