Constituição dos espaços de brincar oficiais da cidade de Assis (SP): uma análise da visibilidade de crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Meloni, Adaliza [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152809
Resumo: O presente trabalho compreende a análise da visibilidade de crianças no espaço urbano da cidade de Assis (SP), por meio do estudo das Paisagens de Infância, reconhecidos pelo poder público local. Elencamos como problema central da pesquisa verificar se os espaços de brincar oficiais da cidade de Assis (SP) estão em consonância com as expectativas das crianças. Desta maneira, definimos como objetivo geral identificarmos os espaços de brincar oficiais utilizados pelas crianças que residem na cidade de Assis (SP), a fim de compreender os aspectos relacionados à espacialidade exercida por elas. A discussão apresentada envolve a relação que a cidade possui com as crianças ao definir os espaços de brincar. Neste contexto, são problematizadas as orientações do Plano Diretor que norteiam as políticas públicas urbanas implementadas no município e a proposição e manutenção dos espaços de brincar oficiais de Assis (SP), os quais foram analisados pelos sujeitos participantes da pesquisa. O trabalho está fundamentado nos pressupostos da Geografia da Infância, que considera que a criança faz a apropriação do espaço de acordo com seus interesses próprios, havendo o desenvolvimento de variadas infâncias e diferentes formas de uso e ocupação de um mesmo espaço, e da Sociologia da Infância, que considera a criança como sujeito ativo, mas que ainda não possui direito pleno à participação nas decisões referentes ao planejamento urbano. Para nos subsidiar na análise da paisagem, recorremos aos estudos da Geografia que a considera como a unidade do visível, o que conseguimos apreender com os sentidos, sendo que através da análise de sua configuração podemos avaliar a organização de determinada sociedade. A metodologia empregada foi a abordagem qualitativa, caracterizada como estudo de caso, utilizando como técnicas de coleta de dados: pesquisa bibliográfica, documental (análise do acervo documental - Plano Diretor da cidade) e de campo. Os instrumentos e técnicas da pesquisa de campo se constituíram em: fotografias dos espaços de brincar reconhecidos pelo governo local, observação destes espaços de brincar oficiais para verificar as suas características, entrevistas com as crianças, produção do texto ilustrado e legendado, seleção visual das fotos dos espaços de brincar oficiais pelas crianças com apontamento de aspectos positivos e negativos e confecção do poema dos desejos sobre como gostariam que fossem os espaços de brincar situados fora de casa na cidade de Assis (SP). Para a realização da pesquisa, foi selecionado um total de dez crianças, sendo cinco crianças pertencentes a uma escola localizada em área de exclusão social e as outras cinco pertencentes a uma escola particular. As crianças tinham entre 8 e 11 anos de idade. É importante evidenciar que nas considerações apresentadas no trabalho as crianças foram reconhecidas como sujeitos de direitos, capazes de avaliar os espaços de brincar da cidade onde vivem. Os resultados obtidos apontam que os espaços de brincar oficiais da cidade de Assis (SP) não foram planejados de acordo com os desejos dos sujeitos da pesquisa, pois os brinquedos não são elementos presentes na maioria das praças e, para as crianças, a presença de brinquedos e de vegetação se constituem em atributos ambientais importantes de um espaço de brincar. As crianças reivindicaram que gostariam que nos espaços de brincar não tivesse lixo, fosse realizada a manutenção dos brinquedos e que um maior número de brinquedos estivesse disponível. Constatamos que as crianças conhecem os espaços de brincar oficiais; no entanto, muitos espaços não são utilizados para o desenvolvimento do brincar, sendo que apenas um espaço foi utilizado por todos os sujeitos da pesquisa.