Nas bordas da imagem, na cena viva da cidade: crianças e suas práticas brincantes do cais à maré

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Siqueira, Juliana Salles de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-29112021-164525/
Resumo: Este estudo aborda a aparição e as \"apercebenças\" (Didi-Huberman, 2018) do brincar de meninas e meninos no espaço livre público de Santos, no litoral de São Paulo. Ao seguir os rastros e acompanhar as derivas das crianças a partir de fotografias e percursos de observação por ruas, praças e becos nas margens do Estuário, depara-se com um brincar \"a céu aberto\" (Ingold, 2018a) que provoca a pensar as contradições e os possíveis da cidade. Os percursos se dão em trechos do centro histórico e nos bairros do Ilhéu Alto e do Rádio Clube, onde se caminha pelo complexo de palafitas ali existente - a Vila Gilda. Em todos os trajetos, pelas imagens e na cena viva, chama a atenção a busca das crianças pelas águas - sejam as do canal estuarino (da maré) ou as das lagoinhas do Mangue Seco. O trabalho vem tratar de certas práticas brincantes como resistência humana e humanizadora, voltando-se para as criações do corpo-a-corpo pelos que brincam em ambiente urbano atravessados por uma \"condição politicamente induzida de maximização da precariedade\" (Butler, 2019: 46). O material apresentado consiste em um \"itinerário formativo\" que reúne a literatura percorrida na lida com a pesquisa, seguido de dois exercícios reflexivos e transdisciplinares, feitos na articulação de textos e em montagem com imagens coletadas em acervos e realizadas por fotógrafas/os, pela pesquisadora ou por crianças colaboradoras da pesquisa. Mobilizada pelas fotografias e pelos encontros, a pesquisadora considera a repercussão de certas práticas brincantes como um chamado a conhecer os constrangimentos e as formas de experimentação da vida urbana vividas pelos mais novos, e não só. Como resultado, observando-se a insistência e a resistência de um brincar implicado nos territórios do vivido, se permanece diante da questão: que sonhos de cidade e possibilidades de experiência urbana mantêm-se em latência nessas imagens do brincar?