Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Zerbinati, João Paulo [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/152491
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Resumo: |
A transexualidade é um aspecto da sexualidade que intima e instiga o avanço compreensivo da própria sexualidade para além da naturalização dos modelos binários para o sexo e gênero. Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo foi compreender a vivência do primeiro transexual operado no Brasil, João W. Nery, de modo crítico aos determinismos psicopatológicos que partem de lógicas cisheteronormativas. Trata-se de um estudo documental, realizado por intermédio da análise da trajetória de vida de João, disponível em sua mais recente autobiografia intitulada “Viagem Solitária: memórias de um transexual trinta anos depois” e artigo publicado em revista científica: “João W. Nery – A trajetória de um trans homem no Brasil: do escritor ao ativista”. Foi utilizado o método psicanalítico na atitude de desvelar a vivência transexual, assim como buscar eleger categorias para organizar a análise, que foram: (1) “Tons de rosa: infância e tempo de desencontros”, (2) “Tons de azul: puberdade e tempo de inseguranças, sofrimentos e a descoberta de novos matizes”, (3) “Tons de transgressão: adultez” e (4) “O abraço do tempo em cores do arco-íris: tons de amadurecimento”. A análise foi mediada teoricamente pela escola britânica de psicanálise, sobretudo de paradigma winnicottiano, em diálogo com a teoria queer. Foi possível compreender a expressão do gênero não binário, não rígido, enquanto aspecto original e criativo, um caminho para a constituição e reconhecimento de si-mesmo, a expressão genuína de um verdadeiro self. É na impossibilidade de integrar tais aspectos, assim como o acolhimento de sua originalidade para o sexo e gênero, que o sofrimento e a expressão de um falso self se manifestam. Compreender a vivência transexual sem compará-la aos modelos normativos ao sexo e ao gênero é desafio contemporâneo e necessário para tornar menos rígidos os saberes da psicologia, psiquiatria e principalmente da psicanálise, assim como demais áreas da saúde e educação cuja práxis emerge ao contato com aspectos da pluralidade afetiva e sexual humana. Cabe à psicanálise, a partir das novas demandas e possibilidades de um si-mesmo contemporâneo, se movimentar e avançar enquanto campo do saber humano, de vida e pensamento, potente a compreender, despatologizar, cuidar, reconhecer, desvelar a vivência transexual e os seus caminhos para a constituição de si-mesmo. |