Transexualismo, psicanálise e gênero:do patológico ao singular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Cossi, Rafael Kalaf
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-16072010-110202/
Resumo: Esta pesquisa propõe uma investigação teórica acerca do transexualismo, buscando instrumentos que possam abrir novas possibilidades de compreensão e tratamento do fenômeno para além do campo da patologia. Inicialmente, expõe sua definição clássica e a distinção diagnóstica de quadros clínicos próximos. Interroga a literatura sobre a possibilidade de que o transexualismo seja um fenômeno atemporal e analisa suas especificidades históricas contemporâneas. Num segundo momento, trata do desenvolvimento da identidade sexual segundo Freud e segundo Stoller, que importou para a psicanálise a noção de gênero. Aborda a teoria de gênero de Butler e as questões que endereça à psicanálise de cunho estrutural, que ratificaria a visão patologizante dos gêneros ininteligíveis prevalecente na cultura heteronormativa da modernidade. Debate sobre a pertinência da determinação de uma identidade transexual. Finalmente, discorre sobre a clínica que relega o transexualismo ao campo da patologia sustentada pelas teorias de Stoller e de alguns psicanalistas lacanianos. Como forma de se contrapor a tal clínica, esta pesquisa trabalha as noções psicanalíticas de Verleugnung, semblante, gozo e sinthoma. Contempla o registro do real, privilegiado nos últimos momentos da obra lacaniana, a partir do qual o caráter patologizante da clínica psicanalítica é esvaziado: a direção é a singularidade de cada sujeito. Conseqüentemente, a psicanálise lacaniana se desvencilha da heteronormatividade, abrindo lugar para a legitimação de novas manifestações da sexualidade