Eficácia de controle, ecotoxicologia para organismos bioindicadores aquáticos e terrestres, potencial de volatilidade aparente e deriva do herbicida dicamba
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/259732 https://lattes.cnpq.br/4366256362887983 https://orcid.org/0000-0001-9826-8133 |
Resumo: | O herbicida dicamba é utilizado para controlar plantas daninhas de difícil controle, porém durante a aplicação pode apresentar deriva, volatilidade entre outros processos da dinâmica ambiental. Assim, os objetivos foram: i) avaliar a eficácia do dicamba para plantas daninhas de difícil controle em condição de casa de vegetação: carurus (Amaranthus deflexus, A. hybridus e A. viridis), picão-preto (Bidens pilosa), leiteiro (Euphorbia heterophylla), corda-de-viola (Ipomoea triloba e I. nil), fedegoso-branco (Senna obtusifolia) e erva-quente (Spermacoce latifolia); ii) a ecotoxicidade aguda (CL50/CE50) do dicamba para os organismos bioindicadores aquáticos de exposição: lentilha d’água (Lemna minor), caramujo (Pomacea canaliculata), peixe mato grosso (Hyphessobrycon eques) e zebrafish (Danio rerio); iii) determinar a ecotoxicidade aguda (CL50;14d) do dicamba para as plantas terrestres: pepino (Cucumis sativus), tomate (Solanum lycopersicum) e alface (Lactuca sativa); iv) determinar o efeito da volatilização e fitotoxicidade de subdoses do dicamba para plantas pepino (C. sativus), tomate (S. lycopersicum) e alface (L. sativa). Para eficácia das plantas daninhas o herbicida foi aplicado quando as plantas atingiram 6 folhas (10 cm) das plantas nas doses: 45,0; 90,0; 180,0; 360,0 e 720,0 g i.a ha-1. Para ecotoxicologia aquática foram selecionadas quatro colônias de L. minor com três frondes para cada recipiente, os peixes utilizados foram na densidade máxima de 1,0 g L-1 e o caramujo entre 2,0 e 4,0 g e para ecotoxicologia terrestre as plantas testes foram aplicadas após a emissão da terceira folha verdadeira, as concentrações para os ajustes de concentração-resposta foram: 0,1; 0,32; 1,05; 3,43; 11,15; 36,20 e 117,80 mg L-1 para todos os organismos testes. Para analisar a toxicidade da volatilização nas plantas não alvo aplicamos as doses 45,0; 90,0; 180,0; 360,0 e 720,0 g i.a ha-1 em bandejas com solo, em seguida colocamos em sacos plásticos e conectamos com outro (através de mangueiras) contendo as plantas não alvo, por 36 horas e em seguida retiramos as plantas testes e analisamos a toxicidade. Para efeito de deriva nas plantas pepino, tomate e alface, após a emissão da terceira folha verdadeira as plantas foram transplantadas e em seguida foram aplicadas as subdoses: 120; 60; 30 e 15 g i.a ha-1. O dicamba apresentou-se eficácia no controle para todas as plantas daninhas testadas, apresentando maior sensibilidade Bidens pilosa pois a partir da dose de 180,0 g i.a ha-1 em 30 DAA o controle foi de 93,0%, considerado um controle excelente. Para Amaranthus viridis, A. deflexus e Senna obtusifolia o controle foi excelente em 15 DAA na dose de 720,0 g i.a-1 com 100,0%; 95,0% e 100,0% respectivamente. Para Euphorbia heterofila e Ipomoea nil o controle excelente foi em 720,0 g i.a ha-1 em 30 DAA, com 100,0% e 96,0% de controle. Para I. triloba e Spermacoce latifolia foi excelente em 720,0 g i.a ha-1 em 60 DAA, com 97,0% e 93,5% de controle. Na ecotoxicidade aguda do dicamba a concentração letal 50% foi de > 117,8 mg L-1 para todo os organismos aquáticos (praticamente não tóxico). Para toxicidade aguda do dicamba para as plantas testes pepino, tomate e alface foi considerado altamente tóxico, com concentração letal 50% (CL50;14d) para o pepino de 0,23 mg Kg-1, para o tomate 0,1 mg Kg-1 e para alface de 0,41 mg Kg-1. Na avaliação do efeito de subdoses, as plantas pepino, tomate e alface apresentaram efeito grave de fitotoxicidade (70,1% a 100,0%), comprometendo o desenvolvimento das plantas. Na avaliação da volatilização do dicamba para o pepino e alface, as plantas apresentaram efeito leve de fitoxicidade (5,1% a 40,0%), porém não afetou o desenvolvimento vegetativo das plantas. Para o tomate apresentou efeitos grave de fitotoxicidade (70,1% a 100,0%), porém também não afetou o desenvolvimento vegetativo das plantas. Assim, conclui-se que que o dicamba é uma alternativa de controle para plantas daninhas de difícil controle, sendo considerado praticamente não tóxico para organismos aquáticos, porém foi considerado altamente tóxico para plantas terrestres, sendo o tomate mais sensível na avaliação ecotoxicológica, subdoses aplicadas diretamente sobre as plantas e na simulação de volatilidade aparente. Assim, o tomate é indicado para o monitoramento ambiental da aplicação deste herbicida. |