Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Souza, Silvanie Campos de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/158260
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Resumo: |
Essa pesquisa é fruto do desejo de compreensão dos discursos sobre expressões, corpo, subjetividades, materialidades dos enunciados de gênero, especificamente os relacionados às identidades de transhomens. O objetivo principal deste trabalho foi descrever relações discursivas que constroem o corpo do transhomem, tanto as relações imersas a verdades e saberes, quanto as permeadas por controle, disciplina e poder que se materializam nesses corpos. Na perspectiva teórica utilizou-se a Análise de Discurso (AD) Francesa com ênfase na Teoria de Michel Foucault. Isto posto, os discursos aqui presentes foram delimitados afim de tomar um ponto de partida para a análise discursiva, evidenciamos a questão da patologização da identidade transgênera, descrevendo como esse ponto se articula e se reproduz dentro da vivência de transhomens. Sendo assim, compreende-se por pessoas transgêneras indivíduos que não apresentam identificação entre sexo biológico e gênero, sendo transhomens sujeitos biologicamente femininos, com percepção de identidade masculina. Optou-se por realizar esta pesquisa no Estado do Pará, na cidade e região metropolitana de Belém, haja vista a familiaridade da pesquisadora com a região. Esta pesquisa foi realizada nos moldes da pesquisa de Campo de natureza qualitativa, com utilização de um questionário socioeconômico e um roteiro de entrevista semiestruturada. As entrevistas foram realizadas na Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), em auditório cedido pela Gerência de Proteção à Livre Orientação Sexual/GLOS, no dia 27 de outubro. Foram entrevistados quatro transhomens, na faixa etária de 18 a 40 anos que se autodenominavam transhomens. Não se utilizou como obrigatoriedade a presença no programa Transexualizador do SUS para a legitimação da identidade dos participantes desta pesquisa. Os resultados evidenciam um processo de formação da identidade de transhomens baseados em discursos diversos, com destaque para os enunciados das ciências médicas, que legitimam a vivência da transexualidade dentro do aspecto patológico. Por outro lado, para a criação da identidade transgênera é imprescindível que se tenha o sujeito que nela se identifique. Portanto, pensar em analisar produções de “verdades” e as relações de disciplinamento dos corpos que advêm delas é em primeira mão para entender esse processo em eterno movimento de produção, significação, identificação e materialização que produzem, numa constante, formas de subjetivações, influenciadas por pensamentos de um dado período histórico. |