Um arco-íris de sangue: análise discursiva de casos de violência contra pessoas trans em textos jornalísticos
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Unidade Acadêmica de Educação a Distância e Tecnologia Brasil UFRPE Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9238 |
Resumo: | A partir do entendimento do jornalismo enquanto agente social que promove e repercute certas formas do senso comum e serve ao poder como mantenedor das estruturas sociais, este trabalho propõe-se a analisar, de modo crítico, a forma como os casos de violência e violações dos direitos humanos contra a população trans são divulgados nos jornais, a fim de entender/questionar as estratégias linguísticas usadas para anunciar tais crimes e as possíveis consequências do uso dessas estratégias para o debate do assunto na sociedade. Por meio da Análise Crítica de Discurso (ACD), foram examinadas quatro notícias veiculadas nos portais G1 e UOL, entre o período de 2017 a 2021, cenário de recrudescimento da LGBTfobia e de legitimação de discurso de ódio e violência, notadamente relacionado à narrativa político-eleitoral. Para nortear o percurso analítico, as reflexões aqui tecidas ancoram-se nos pressupostos teórico-metodológicos da Análise Crítica do Discurso (ACD), nas perspectivas de estudos sobre Gênero e Sexualidade, bem como teorias sobre o Jornalismo. Os resultados apontam que os discursos jornalísticos reproduzem relações de gênero e de poder hegemônicas que contribuem para invisibilizar a identidade das pessoas trans, através de mecanismos usados na produção de sentidos violentos na/pela linguagem, produzindo e reforçando estereótipos que podem ser responsáveis pela manutenção das desigualdades e do preconceito. Acreditamos que este estudo se justifica diante de um cenário de violências e restrições de direitos e do boom de neoconservadorismos que estamos vivenciando, em que o gênero, como um dispositivo social de controle da maior importância, não ficou de fora. Portanto, torna-se imperativo ampliar as pesquisas relacionadas às noções engessadas acerca das identidades de gênero e sexualidade, mostrando a necessidade de discussões sobre a pluralidade de vivências de gênero e de sexualidades e do quanto ainda precisamos avançar nesse debate. |