Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Vitagliano, Karina Marize [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/94187
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Resumo: |
Este trabalho objetiva estudar alguns conceitos desenvolvidos por Maria Gabriela Llansol ao longo de seus textos, como a “cena fulgor” e o “dom poético”, que provocam o deslocamento da narratividade para a textualidade. Foram selecionados seis contos de sua primeira obra, Os pregos na erva (1962), observando-se dois núcleos estruturais da “cena fulgor”: a imagem poética e o diálogo. Consciente de que a imagem é um traço constitutivo do universo lírico, responsável pela transformação das palavras, num movimento de expansão que liberta os signos de seus significados usuais, a narrativa de Llansol recorre a esse traço como uma maneira de iluminar a mínima cena que conta, pois a ação é reduzida, o espaço é precário e a comunicação entre as personagens é falha. Essas características são típicas do teatro contemporâneo de Samuel Beckett e provocam, em alguns casos, o efeito de distanciamento sugerido por Brecht. Por essa razão, o conceito de diálogo será utilizado em dois sentidos: como interação verbal que estrutura o drama, e, de forma mais ampla, como um sistema de correlação que permite observar a intersecção entre os gêneros épico, lírico e dramático. Para isso, fundamenta-se em Bakhtin (2000) e Rosenfeld (2005), na discussão dos gêneros; em Octavio Paz (1982) e Friedrich (1978), na concepção de imagem; em Beckett (1952) e Brecht (2005), com suas teorias sobre o teatro moderno (2005) e em críticos que analisam a obra da escritora portuguesa. Por fim, conclui-se que a narrativa de Llansol é uma rede destecida enquanto enredo, mas que se tece enquanto texto que extrapola as barreiras dos gêneros literários, fazendo coexistir numa relação harmônica, e ao mesmo tempo conflitante, prosa, poesia e drama. Como “pregos na erva”, as palavras não se fixam, flutuam, se desprendem, se deslocam, num movimento ininterrupto que tece o corpo da escrita. |