Eventos traumáticos na infância estão associados com a ocorrência de desordens emocionais e variáveis clinicopatológicas em pacientes com câncer de cabeça e pescoço

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Bruna Amélia Moreira Sarafim da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151620
Resumo: Introdução: Eventos traumáticos na infância têm sido associados à ocorrência de ansiedade e depressão na fase adulta. Esta relação tem sido investigada em pacientes com câncer de mama, mas pouco explorada em pacientes com outros tipos de câncer. Objetivo: Avaliar a ocorrência de eventos traumáticos na infância e sua associação com as características clinicopatológicas e desordens emocionais em pacientes com câncer de cabeça e pescoço (CCP). Método: Foram incluídos no estudo 110 pacientes com diagnóstico de carcinoma espinocelular (CEC) de cabeça e pescoço antes de iniciar o tratamento oncológico. Dados clinicopatológicos e biocomportamentais foram coletados dos prontuários clínicos dos pacientes. Os níveis de ansiedade e depressão foram avaliados por meio do Inventário de Ansiedade de Beck (IAB) e o Inventário de Depressão de Beck (IDB), respectivamente. Questionário sobre Trauma na Infância (CTQ) foi utilizado para avaliar a ocorrência de eventos traumáticos na infância. Resultados: A maioria dos pacientes eram homens (88,2%) com tumores localizados na boca (65.6%), laringe (19%) e orofaringe (15.4%). Cento e cinco pacientes (95.5%) relataram pelo menos um tipo de experiência traumática na infância. A negligência emocional foi o subtipo de trauma mais reportado (43.8%) e análise multivariada revelou que ela foi uma variável independente para estadiamento clínico avançado (β=2.15, p=0.048) e maior consumo de álcool (β=2.32, p=0.031). Pacientes com CCP que tiveram maior ocorrência de trauma na infância apresentaram quase 12 vezes mais chance de apresentar níveis elevados de depressão durante o período pré-tratamento (β=11.89; p=0.0002). A ocorrência de negligência física na infância foi preditiva para aumento dos níveis de ansiedade (β=4.17; p=0.029). Conclusão: Eventos traumáticos na infância são preditivos para o estadiamento clínico avançado, consumo de álcool e sintomas psicológicos em pacientes com câncer de cabeça e pescoço e devem ser consideradas nas estratégias de intervenção clínica e psicológica durante o tratamento oncológico.