Depressão e trauma na infância em pessoas que vivem com HIV: um estudo de coorte transversal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moro, Patriciah Dal lattes
Orientador(a): Konkiewitz, Elisabete Castelon lattes
Banca de defesa: Piccinelli, Ana Claudia lattes, Radai, Joyce Alencar Santos lattes, Negrão, Fábio Juliano lattes, Cury, Elenir Rose Jardim lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde
Departamento: Faculdade de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
HIV
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4936
Resumo: As PVHIV apresentam frequência maior que a população geral de antecedente de trauma na infância e é possível que este fato contribua para as altas taxas de comorbidade neuropsiquiátrica neste grupo, uma vez que vivências traumáticas na infância são importantes fatores de risco para adoecimento na vida adulta. A depressão e a dor crônica, em especial, a dor neuropática, são comorbidades frequentes entre pessoas vivendo com HIV (PVHIV), apresentando taxas de prevalência entre 25% e 36%. Este estudo de coorte transversal investigou a correlação entre trauma na infância e sintomas atuais de depressão e dor neuropática em uma amostra de PVHIV do Serviço de Atendimento Especialização (SAE) no município de Dourados, MS. A amostra procedeu de um estudo transversal anterior, entre os anos de 2010 e 2012, no qual 150 pacientes, na época recém-diagnosticados com a infecção pelo HIV, haviam sido avaliados através do Inventário de Depressão de Beck (BDI). No estudo atual, 70 pacientes deste grupo foram encontrados e avaliados em relação à história de trauma na infância por meio do Questionário de Trauma na Infância e à presença de dor neuropática através do Questionário de McGill. Os resultados mostraram que 50% das PVHIV avaliadas apresentaram trauma na infância em grau moderado a grave. Sintomas de depressão moderada a grave também estiveram presentes em 50% da amostra. A Dor neuropática foi relatada por 41,4%. Ao contrário do previsto, não houve correlação entre antecedente traumático e queixa atual de dor, ou depressão. Entretanto, na comparação entre as medianas dos escores de trauma na infância, observaram-se maiores valores no domínio abuso sexual nos pacientes com sintomas de depressão grave. Houve associação entre o valor da carga viral e o grau de depressão (p 0,023). Primeiramente, os resultados impressionam pela alta prevalência de histórico de trauma na infância e de sintomas de dor e de depressão em PVHIV. É possível que a ausência do resultado esperado de associação entre história de trauma e sintomas atuais de depressão e dor se explique pelo tamanho pequeno da amostra. Apesar disso, a relação entre depressão grave e antecedente de abuso sexual sinaliza uma possível tendência, que estudos com amostras maiores e com desenho longitudinal poderiam investigar.