Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ezequiel, Vanderlei de Castro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/244525
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Resumo: |
Ao iniciarmos esta pesquisa, constatamos que havia uma carência de trabalhos que abordassem em profundidade o tema da violência contra o movimento secundarista paulista de 2015. Por isso, consideramos relevante refletir sobre as situações de violência contra os e as estudantes, registrando o fenômeno a partir de suas memórias. Assim, partimos da seguinte problemática: Qual a memória/percepção dos e das estudantes em relação às múltiplas violências que sofreram durante o movimento secundarista? O que a violência fez com a subjetividade dos e das estudantes? Por que as manifestações pacíficas dos e das estudantes secundaristas foram reprimidas com violência? Diante disso, a pesquisa teve como objetivo geral identificar e refletir sobre as múltiplas situações de violência praticadas contra os e as secundaristas paulistas. Para tanto, foi necessário mapear as situações de violência praticadas contra os e as estudantes, analisar como a grande imprensa paulista noticiou a violência contra os e as manifestantes e refletir sobre o impacto da violência na memória dos e das estudantes. Realizamos, então, três tipos de pesquisa, a saber: a pesquisa bibliográfica, a documental e a pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica inicial se concentrou em publicações acadêmicas que abordaram as manifestações secundaristas. Os dados obtidos nessas leituras proporcionaram uma visão panorâmica dos fatos e das situações de violência. De posse dessas informações, partimos para uma pesquisa em teses e dissertações sobre o assunto. Por fim, realizamos pesquisa bibliográfica em obras de referência para o debate teórico-conceitual. A pesquisa documental consistiu no levantamento das notícias publicadas na imprensa sobre o movimento secundarista, para isto, selecionamos os dois maiores jornais paulistas: Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo. Na pesquisa de campo, realizamos entrevistas com os e as manifestantes. Entretanto, a dificuldade em obter as entrevistas, levou-nos a utilizar a técnica bola de neve (descrita no item 3.1.2), que resulta numa amostra não-probabilística. Como estávamos no auge da pandemia de Covid-19, todos os contatos foram realizados por meio de aplicativo de troca de mensagens (WhatsApp). Foram obtidas 26 entrevistas. Diante disso, verificamos que, embora os e as secundaristas tenham realizado um movimento pacífico, reivindicando principalmente o direito de discutir o projeto do governo paulista, eles enfrentaram a forte repressão policial. Ademais, sofreram violência física e psicológica da direção escolar e docentes, além de atos violentos praticados por outros atores sociais contrários ao movimento. Verificamos, ainda, que o medo da violência deixou marcas profundas na subjetividade dos e das manifestantes. Por fim, verificamos que os dois maiores jornais paulistas seguiram uma linha editorial muito semelhante ao noticiar as manifestações secundaristas, limitando o confronto de versões e opiniões sobre o movimento. Concluímos que, a grande imprensa paulista não noticiou o fenômeno da violência contra os e as estudantes em sua totalidade. Nesse sentido, defendemos, nesta tese de doutorado, que o estudo das situações de violência em sua profundidade, escutando os e as manifestantes, permite uma visão mais abrangente dos fatos. Enfim, compreendemos que, apesar de suas limitações, esta pesquisa se tornou uma denúncia da violência contra os e as estudantes secundaristas, constituindo sua relevância acadêmica e social ao mesmo tempo. |