Qualidade de vida, dependência funcional e estratégias de coping em pacientes oncológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Camargo, Heloiza Thaís Felippe de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194097
Resumo: Introdução: A percepção de qualidade de vida é considerada uma medida crítica em oncologia, uma vez que tanto o câncer quanto seu tratamento podem interferir negativamente na percepção do constructo, que pode ser influenciada pela funcionalidade e estratégias de coping. Objetivos: Comparar a qualidade de vida, as estratégias de coping e a funcionalidade em pacientes oncológicos em cuidados paliativos, sem evidência de doença e em tratamento modificador. E, mais especificamente, avaliar se a percepção de qualidade de vida se correlaciona às estratégias de enfrentamento e à funcionalidade, e identificar as variáveis clínicas e sociodemográficas relacionadas à qualidade de vida, ao coping e à funcionalidade dos participantes do estudo. Método: Estudo transversal realizado com pacientes oncológicos atendidos no Ambulatório de Oncologia, Hematologia e de Cuidados Paliativos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Os pacientes foram divididos em três grupos: Grupo A - pacientes em cuidados paliativos; Grupo B - pacientes em fase pós-tratamento e sem sinais de neoplasia em atividade; Grupo C - pacientes em tratamento modificador de doença com quimioterapia e/ou hormonioterapia e/ou radioterapia. Foi utilizado formulário de dados sociodemográficos e clínicos, Escala de Performance Paliativa, o McGill Quality of Life Questionnaire e, por fim, o Inventário de Estratégias de Coping. Resultados: Foram entrevistados 300 participantes, idade média de 60,4 anos (±14,5), maioria do sexo feminino 51,3% (154), com companheiro 68% (204), católicos 62% (186), com nível fundamental ou analfabeto 61% (183). Em relação à qualidade de vida foi relativamente boa (mediana 8,0; p25=7,0-p75=9,0), porém o domínio psicológico foi o mais acometido pelos pacientes em cuidados paliativos (p<0,001), seguido do domínio físico (p<0,001). Qualidade de vida correlacionou-se positivamente com grupo B (p<0,001), C (p<0,001), nível de instrução (p<0,001), funcionalidade (p<0,001) e os fatores resolução de problemas (p<0,001), reavaliação positiva (p<0,001), afastamento e suporte social (p<0,005). No que se refere à performance paliativa predominaram pacientes estáveis (81,7%), em menor proporção no grupo A (p<0,001). Funcionalidade correlacionou-se positivamente com QV (p<0,001) e os fatores resolução de problemas (p<0,001), reavaliação positiva (p<0,001) e suporte social (p<0,005). As estratégias de coping foram pouco utilizadas (mediana total=1,4; p25=1-p75=1,95) e o fator resolução de problemas foi o fator mais utilizado pelos participantes do grupo C (p=0,006). Conclusão: Os resultados deste estudo indicam que a qualidade de vida dos participantes foi relativamente boa, porém os domínios sintomas físicos e bem-estar psicológico foram os mais comprometidos no grupo de pacientes em cuidados paliativos. Quando correlacionada às variáveis sociodemográficas e clínicas pacientes do grupo B, C, com maior funcionalidade, renda e nível de instrução tiveram melhor percepção deste constructo. Associou-se positivamente às estratégias de enfretamento resolução de problemas, reavaliação positiva, afastamento e superação. Em relação à funcionalidade prevaleceram pacientes estáveis, em menor proporção no grupo A, evidenciando o pior prognóstico e funcionalidade. Pacientes com maior escore de funcionalidade tiveram melhor qualidade de vida e utilizaram as estratégias de enfrentamento focadas na emoção e no problema. A utilização de estratégias de coping pelos participantes foi baixa e o fator suporte social foi o mais utilizado pelos participantes do estudo. Nos três grupos houve predomínio de modos de enfrentamento focados na emoção e nos problemas. Quando associada às variáveis do estudo indivíduos do sexo masculino utilizaram a estratégia aceitação de responsabilidade. Para as demais variáveis, tempo de diagnóstico, idade, renda e nível de instrução os enfrentamentos foram focados na emoção e nos problemas.