Efeito da exposição crônica ao cloreto de mercúrio (HGCL2) no sistema reprodutor de ratos machos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Martinez, Caroline Silveira lattes
Orientador(a): Wiggers, Giulia Alessandra lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Bioquímica
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4637
Resumo: O mercúrio é um dos maiores poluentes ambientais, sua contaminação e toxicidade é um sério problema para a saúde humana. Embora estudos tenham demonstrado que o mercúrio em altas doses danifica a função reprodutiva masculina, esses efeitos e mecanismos em baixos níveis de exposição são desconhecidos. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi investigar os efeitos de uma exposição crônica a baixas concentrações de HgCl2 no sistema reprodutor de ratos machos. Para isso, ratos machos Wistar de três meses de idade foram divididos em dois grupos e tratados por 30 dias: Controle (injeções intramusculares - im - de solução salina) e HgCl2 (im, 1ª dose de 4,6 μg/kg, e doses subsequentes de 0,07 μg/kg/dia). Foram analisados parâmetros espermáticos (contagem, motilidade, morfologia e integridade de membrana), histologia, níveis hormonais e biomarcadores de estresse oxidativo em testículo, epidídimo, próstata e ducto deferente. O tratamento com mercúrio causou alterações histológicas testiculares, perda de integridade de membrana, redução na contagem espermática (testículo e epidídimo), redução na produção diária de espermatozoide, redução na motilidade espermática e aumento nas anormalidades morfológicas de cabeça e cauda nos espermatozoides. O mercúrio aumentou o estresse oxidativo nos órgãos reprodutores, representado por aumento nos níveis de peroxidação lipídica, espécies reativas e redução nos níveis de tióis não proteicos (NPSH e GSH), modificou a atividade de enzimas antioxidantes: superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx), glutationa S-transferase (GST) e glutationa redutase (GR) em órgãos reprodutores. A exposição ao mercúrio aumentou a expressão proteica da isoforma GPx4 no testículo e não modificou os níveis séricos do hormônio luteinizante (LH) em ratos. Esses resultados demonstram, pela primeira vez, que a exposição crônica por 30 dias em baixas concentrações de HgCl2 causa efeitos tóxicos no sistema reprodutor de ratos machos e aumenta o estresse oxidativo em órgãos reprodutores, o que aponta o estresse oxidativo como um dos mecanismos de toxicidade do mercúrio nesse sistema.