Estudo de biomarcadores de mercúrio em peixes da amazônia por meio da metalômica e análise do estresse oxidativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bittarello, Alis Correia [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151174
Resumo: O mercúrio é um metal tóxico, de distribuição ubíqua, com capacidade para bioacumulação e biomagnificação, que provoca alterações em biomoléculas importantes no metabolismo e contribui para o estabelecimento do estresse oxidativo em organismos aquáticos. Logo, o presente estudo teve por objetivo identificar e avaliar possíveis biomarcadores proteicos e/ou enzimáticos da toxicidade do mercúrio em peixes da região amazônica, por meio do estudo metaloproteômico e avaliação do estresse oxidativo. Foram utilizadas metodologias de fracionamento e identificação de proteínas por eletroforese bidimensional (2D PAGE) associada à espectrometria de massas (MS), mapeamento do mercúrio, em spots proteicos, por espectrometria de absorção atômica em forno de grafite (GFAAS) e avaliação de marcadores de estresse oxidativo. As espécies utilizadas foram o Plagioscion squamosissimus (corvina) e Colossoma macropomum (tambaqui), coletados na área da Usina Hidrelétrica de Jirau (rio Madeira-RO), que foram selecionadas em função da abundância populacional, interesse para a pesca e posição diferente na cadeia trófica (carnívoro e onívoro, respectivamente). Os tecidos amostrados foram o hepático, renal e muscular. Os resultados obtidos demonstraram maior concentração de mercúrio total no P. squamosissimus, espécie carnívora, e padrão de distribuição deste elemento igual para ambas as espécies (fígado>rim>músculo). Há tendência para maior atividade enzimática nos tecidos hepático e renal da espécie com maior concentração de mercúrio. Somente a atividade da glutationa peroxidase no rim e da glutationa-S-transferase no fígado do P. squamosissimus foi inferior, fato que pode ser explicado pela interação do mercúrio com essas enzimas, interferindo em sua conformação e função. Os dados obtidos por MS possibilitaram a identificação dos spots proteicos associados ao mercúrio, revelando proteínas envolvidas no metabolismo energético (gliceraldeído-3-fosfato, malato e Llactato desidrogenase, enolase, creatina quinase e fosfoglicerato mutase), transporte (hemoglobinas α e β, proteínas de ligação a ácidos graxos e GTPases), síntese e degradação de proteínas (ubiquitina e ribossomal S27a e ribosomal 40S S24) diferenciação celular (nucleosídeo difosfato quinase), regulação gênica (pterina-4-α-carbinolamina desidratase e histona H4), defesa imunitária (fator de aprimoramento de células natural killer), metabolismo do cálcio (parvalbumina β), adipogênese (UPF0366), metabolismo de xenobióticos e esteroidogênese (citocromo P450scc) e sistema antioxidante (glutationa peroxidase, glutationa-S-transferase, superóxido dismutase, catalase e aldeído desidrogenase). Contribuindo assim para a compreensão dos mecanismos moleculares subjacentes à toxicidade ao mercúrio e fornecendo novas perspectivas sobre possíveis candidatos a biomarcadores de monitoramento ambiental.