Efeitos da exposição ao cloreto de mercúrio (HgCl2) sobre a qualidade e capacidade fértil de espermatozoides bovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Elane Fabíola de Sousa Jerônimo da lattes
Orientador(a): Wiggers, Giulia Alessandra lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Bioquímica
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/5552
Resumo: O Hg é um metal pesado tóxico, bioacumulativo e de preocupação global, uma vez que suas emissões antropogênicas e naturais ainda representam um alto risco para a saúde humana e ambiental. O Hg pode ocasionar comprometimento da fertilidade masculina, entretanto a maioria dos estudos avaliaram exposição em altas doses. Nesse sentido, os efeitos adversos gerados pelo Hg em baixas doses no sistema reprodutor masculino são pouco elucidados e o uso do modelo bovino, em virtude da grande semelhança ao humano, pode contribuir para essa avaliação toxicológica neste sistema. Assim, este trabalho objetivou investigar os efeitos da exposição de diferentes concentrações ao cloreto mercúrio (HgCl2) sobre a qualidade e capacidade fértil de espermatozoides bovinos. Palhetas de sêmen de Bos taurus foram descongeladas, os espermatozoides selecionados por gradientes descontínuos de Percoll® (4x106espermatozoides/mL) e divididos em: Controle (sem exposição a HgCl2); Hg8nM; Hg8μM e Hg80μM, incubados por 0,5h, 1h e 2h. Após a exposição, foram analisados parâmetros espermáticos (motilidade, vigor, cinética espermática computadorizada, morfologia, integridade da membrana espermática) e biomarcadores de estresse oxidativo. Para a análise da fecundação in vitro, os oócitos bovinos maturados por 24h e, após 18 horas de co-cultivo de oócitos/espermatozoides (2x106 espermatozoides/mL) a taxa de penetração e fertilização total e normal foram avaliadas. A exposição de espermatozoides bovinos a diferentes concentrações de HgCl2 foi capaz de reduzir a motilidade espermática, aumentar os defeitos menores (Hg80μM), reduzir do número de espermatozoides normais (Hg80μM e Hg8μM) e afetar a integridade da membrana plasmática (Hg8μM). Quanto aos biomarcadores bioquímicos avaliados nas doses baixas deste metal, houve aumento das especies reativas de oxigênio e peroxidação lipídica e redução da capacidade antioxidante total em ambas as doses (Hg8nM e Hg8μM) analisadas. Quanto à fertilização, houve uma redução na taxa de penetração e fertilização total e normal do grupo de Hg com a concentração de 8μM. A exposição de espermatozoides bovinos a baixas concentrações de Hg favorece o aumento do estresse oxidativo que pode desencadear alterações na qualidade espermática e refletir na redução da sua capacidade fértil.