Preservação de Melipona capixaba Moure & Camargo, 1994 (Hymenoptera: Apidae): aspectos biológicos e ecológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Serra, Bruna Danielle Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Doutorado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/901
Resumo: Este trabalho avaliou aspectos biológicos e ecológicos de Melipona capixaba com intuito de conhecer a sua biologia, coletar, sistematizar e produzir informações que auxiliem o seu correto manejo, contribuindo para a diminuição dos riscos de extinção da espécie. Foram identificados os tipos polínicos presentes em amostras de pólen das corbículas de operárias e os armazenados em potes de alimento no interior dos ninhos. Os principais recursos tróficos usados por M. capixaba pertencem às famílias Myrtaceae e Melastomataceae. Os tipos Eucalyptus e Melastomataceae/Combretaceae foram os mais freqüentes nas amostras de pólen armazenado em potes de alimento no interior dos ninhos. O tipo polínico Eucalyptus foi dominante durante todo o ano ou durante a maior parte do ano. Nos meses em que o pólen de Eucalyptus não foi coletado ou não predominou nas amostras, tipos polínicos de espécies da mata nativa remanescente, plantas ruderais, frutíferas e ornamentais introduzidas prevaleceram nas amostras. Foi verificada ainda a influência da temperatura ambiente sobre as temperaturas intranidais da área da cria e de fora da área da cria. A variação na temperatura ambiente influenciou na variação da temperatura na área da cria. Duas das colônias estudadas regularam a temperatura na área da cria em aproximadamente 30ºC, enquanto a temperatura ambiente variou de 8 a 33,5ºC. A outra colônia controlou a temperatura na área da cria de forma deficiente, possivelmente, em conseqüência da má adaptação às condições da caixa onde estava abrigada. A temperatura fora da área da cria foi influenciada pelas variações da temperatura ambiente e as colônias apresentaram respostas semelhantes a esta variação. Foi testada também a possibilidade de que a distribuição de M. capixaba seja um exemplo de não equilíbrio histórico e identificamos áreas prioritárias para serem consideradas dentro das estratégias de preservação da espécie a partir de procedimentos de modelagem de distribuição. Nossas análises indicam que a distribuição de M. capixaba trata-se de um caso de não equilíbrio histórico, que existem fatores limitando a sua dispersão e impedindo o alcance de áreas com características climáticas semelhantes àquelas de seus pontos de ocorrência conhecidos. A distribuição da espécie é restrita a áreas de elevada altitude e os locais com maior adequabilidade ambiental para sua ocorrência correspondem a municípios das regiões sudoeste serrana e central do Espírito Santo. Essas áreas são afetadas pela expansão da silvicultura, pela monocultura de eucalipto, pastagens, atividades agrícolas, atividade mineral de extração de rochas ornamentais, uso de agrotóxicos, uso do fogo para a derrubada da vegetação, especulação imobiliária e ocupação desordenada do solo. O padrão de ocorrência, restrito às montanhas, indica a necessidade de proteção de matas de altitude. Por último, verificamos que a maioria dos ninhos conhecidos de M. capixaba está em cortiços nas propriedades de agricultores da região serrana do estado do Espírito Santo e que a persistência da espécie parece depender, em grande parte, do modo como os criadores manejam e cuidam de suas caixas ou cortiços, já que ninhos silvestres são raros. O registro das informações obtidas nesta pesquisa, juntamente com as informações fornecidas pelos criadores de M. capixaba ajudará a difundir melhores práticas de manejo para a espécie.