Bioensaios em laboratório indicam efeitos deletérios de agrotóxicos sobre as abelhas Melipona capixaba e Apis mellifera

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gomes, Ingrid Naiara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11010
Resumo: A polinização é um dos serviços ecológicos essenciais para a manutenção de ambientes naturais e agrários. Dentre os polinizadores, as abelhas representam um grupo diverso que exerce papel fundamental nesse processo. O declínio das populações de abelhas tem sido relatado, sendo a utilização intensiva de agrotóxicos apontada como um dos principais fatores responsáveis por esse impacto. No Brasil, a espécie sem ferrão Melipona capixaba está ameaçada de extinção. Sua região de ocorrência é amplamente impactada pela presença de diversas culturas agrícolas e utilização de agrotóxicos. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade dos agrotóxicos thiamethoxam, glifosato e mancozeb sobre operárias de M. capixaba e Apis mellifera. Foram realizados bioensaios de sobrevivência mediante exposição por contato e ingestão, em doses de campo e diluição desta dose a 1/10. As abelhas sobreviventes desses bioensaios foram submetidas ao teste de voo. Foram realizados também bioensaios de repelência. Nos bioensaios de sobrevivência as duas doses do inseticida thiamethoxam nas duas vias de exposição, e a dose de campo do herbicida glifosato na exposição por ingestão diminuíram a sobrevivência dos indivíduos de M. capixaba e A. mellifera. As duas doses do fungicida mancozeb diminuíram a sobrevivência apenas das abelhas A. mellifera expostas por contato, entretanto nos bioensaios de voo realizados com as sobreviventes dessa via de exposição, esses tratamentos causaram alterações na capacidade de voo das duas espécies. Na exposição por ingestão as doses de campo do herbicida glifosato causaram prejuízos no voo das duas espécies, assim como a dose de campo do fungicida, entretanto apenas para A. mellifera. Por fim foi verificada também uma ausência de repelência dos agrotóxicos testados para as duas espécies, possivelmente levando a uma alta exposição das operárias durante o forrageamento. Esses resultados sugerem que os três agrotóxicos testados causam impactos negativos na população da abelha ameaçada de extinção M. capixaba e para a espécie A. mellifera.