Filogeografia e conservação de Melipona capixaba Moure e Camargo, 1994 e Melipona scutellaris Latreille, 1811, e biogeografia do gênero Melipona Illiger, 1806 (Hymenoptera: Apidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Resende, Helder Canto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética animal; Genética molecular e de microrganismos; Genética quantitativa; Genética vegetal; Me
Doutorado em Genética e Melhoramento
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1350
Resumo: A abelha sem ferrão Melipona capixaba Moure e Camargo, 1994, a uruçu-capixaba, é endêmica da Mata Atlântica brasileira e está ameaçada de extinção. Sua distribuição geográfica é conhecida apenas em áreas de altitude do estado do Espírito Santo. Melipona scutellaris Latreille, 1811, a uruçu nordestina, tem sido considerada como presumivelmente ameaçada de extinção devido à redução de sua área de ocorrência natural. A espécie ocorre na Mata Atlântica entre os estados da Bahia ao Rio Grande do Norte. O presente trabalho teve por objetivo determinar a área de ocorrência geográfica da espécie M. capixaba, inferir as relações filogenéticas e filogeográficas entre M. capixaba e M. scutellaris, estudar um caso de hibridação entre essas abelhas e apresentar uma hipótese sobre a história biogeográfica do gênero Melipona Illiger, 1806 (Hymenoptera: Apidae). Os resultados obtidos indicam que a espécie M. capixaba ocorre apenas no estado do Espírito Santo em altitudes entre 800 e 1200 metros, com temperaturas médias anuais em torno de 18-23ºC e cobertura vegetal do tipo Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Aberta, restrita a uma área de aproximadamente 3450Km2, possivelmente a menor distribuição geográfica conhecida entre as abelhas sem ferrão. As espécies M. capixaba e M. scutellaris são espécies irmãs como demonstra as árvores filogenéticas reconstruídas com base em sequências mitocondriais e nucleares. O atual padrão de diversidade genética dessas espécies deve ser explicado por eventos históricos de vicariância na Mata Atlântica. A hibridação entre essas abelhas foi confirmada e os resultados demonstram que machos de M. scutellaris são capazes de fecundar rainhas de M. capixaba, gerando híbridos férteis. Por isso, deve-se impedir a introdução de colônias de M. scutellaris na área de ocorrência da espécie ameaçada M. capixaba. A história biogeográfica do gênero Melipona deve ser explicada por processos históricos de expansão geográfica e vicariância deste o Mioceno e Plioceno, até processos mais recentes de vicariância, no Pleistoceno, em diferentes ambientes da América do Sul, América Central e México. Assim, as relações filogenéticas e biogeográficas entre as espécies do gênero Melipona oferecem interessante perspectiva de estudo para o entendimento da história biogeográfica Neotropical.