Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Domingos, Ana Luiza Gomes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://locus.ufv.br//handle/123456789/27766
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Resumo: |
No Brasil, observa-se o aumento da prevalência de excesso de peso e da prática insuficiente de atividade física entre os adultos. Devido a esse perfil comportamental, faz-se necessário compreender não apenas os fatores individuais associados a esses desfechos, mas também as características dos ambientes social e construído nos quais as pessoas estão inseridas. Diante disso, o objetivo desse estudo foi estimar a associação entre características ambientais e individuais e o estilo de vida e excesso de peso dos participantes da Coorte de Universidades Mineiras. Para o presente estudo foi adotado o delineamento transversal e observacional referente às informações coletadas na linha de base (Q_0; 2016), em questionário online, tendo como população alvo os egressos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Após a obtenção da lista de participantes da linha de base (n=4.291), todos os participantes residentes na cidade de Viçosa (n=315), foram convidados a participar de uma entrevista presencial. Foram considerados os seguintes desfechos: excesso de peso (IMC ≥ 25 kg/m2), tempo excessivo de exposição às telas do computador e/ou TV-vídeo (≥ 8 horas/dia; p50) e horas semanais de caminhada e/ou corrida (≥ 5 horas/semana, p90). Com o questionário online foi possível obter o endereço residencial, além de informações sociodemográficas, de estilo de vida, clínicas, consumo e práticas alimentares. A unidade de vizinhança adotada foi um buffer circular de 800 m (equivalente a 10 minutos de caminhada), considerando a residência do participante como ponto central. A partir disso, averiguou-se o número de equipamentos públicos e privados que o indivíduo teria acesso na unidade, assim como o número de ocorrências criminais. Foram cadastrados: clubes, academias ao ar livre, centros de ginástica e musculação, pilates, ioga, academias de luta e dança; agências bancárias; igrejas e templos religiosos; hospitais e unidades básicas de saúde. Em relação ao ambiente alimentar, os estabelecimentos foram cadastrados e agrupados em: Ambiente alimentar saudável (feiras-livres, sacolões, açougue e peixarias, lojas de produtos naturais, estabelecimentos de venda de laticínios e frios), Ambiente alimentar não saudável (bares, lanchonetes e confeitarias, sorveterias, comércio ambulante de alimentos, mercearias, lojas de conveniência) e Ambiente alimentar misto (padarias, restaurantes e supermercados). As ocorrências policiais em 2015/2016 foram geolocalizadas e agrupadas em crimes contra a dignidade sexual, crimes contra o patrimônio e crimes contra a pessoa. Ainda, aqueles que compareceram à coleta presencial (n=138), preencheram duas escalas de percepção do ambiente, transformadas posteriormente em escores. A coleta das coordenadas foi realizada por meio do aplicativo ColetAPP versão 1.0. Os dados foram coletados em configuração de Sistema de Coordenadas Geográficas WGS 84 e posteriormente transformados para o Sistema de Coordenadas Projetadas, Sistema Universal Transverso de Mercator, fuso 23S, datum SIRGAS 2000, por meio do software QGIS 3.4.2. As análises foram realizadas nos programas SPSS ® versão 21.0 e R versão 3.5.0. As diferenças entre dois grupos independentes foram avaliadas pelo teste t de Student e teste de Mann Whitney. Para as variáveis categóricas foi realizada um teste qui-quadrado (χ2) de Pearson. Todas as variáveis com um valor-p < 0,20 foram incorporadas no modelo de regressão logística. As variáveis que demonstraram valor-p ≤ 0,05, plausibilidade biológica e relevância epidemiológica, permaneceram no modelo logístico multivariado, ajustado pelo teste de Hosmer e Lemeshow. Para avaliar a associação entre o excesso de peso e as demais variáveis, utilizou-se ainda o Modelo Aditivo Generalizado (GAM), tendo os testes global e local do risco aplicados no modelo final. Dentre os participantes residentes em Viçosa, 33,6% apresentaram excesso de peso, 53,3% relataram passar mais de 8 horas/dia diante da tela e apenas 10,1% tinham o hábito de caminhar ou correr por lazer por mais de 5 horas na semana. Considerando a distribuição espacial, verificou-se uma maior concentração dos indivíduos próxima a UFV, sendo identificadas duas áreas de alto risco para a ocorrência do excesso de peso e uma área de baixo risco (próxima à universidade). No modelo GAM, o sexo, a faixa etária e a percepção de saúde apresentaram associação com o excesso de peso. O acesso a diferentes equipamentos, ambiente alimentar e ocorrências criminais diferiram entre os grupos eutrófico e excesso de peso. Não ter um animal de estimação (cachorro) e morar em uma região com ruas não planas tiveram associação com o excesso de tempo de tela (R2 ajustado =12,9%, p< 0,001). Já a presença de um lugar público para a prática de atividade física próximo à própria residência foi associada a maior quantidade de horas de caminhada ou corrida (R2 ajustado =8,7%, p<0,001). Os resultados indicaram a associação entre características ambientais e o excesso de peso, tempo de tela e prática de caminhada/corrida em adultos participantes da coorte CUME residentes em Viçosa. Diante disso, deve-se considerar o contexto ambiental que o indivíduo está inserido para que políticas públicas efetivas e específicas possam ser desenvolvidas na região. |