Relação entre empresas florestais e comunidades do entorno: proposta para superação de conflitos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Oliveira, Paulo Rogério Soares de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de
Doutorado em Ciência Florestal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/517
Resumo: Este trabalho traz à discussão as demandas sociais presentes na silvicultura brasileira, que se deu em moldes concentradores de terra. O foco é sobre a retirada irregular de madeira dos plantios florestais pelas comunidades do entorno, o que pode ser explicado pela alta demanda por trabalho e emprego. O objetivo foi equacionar a situação de conflito e elaborar propostas de superação. A metodologia se fundamentou na observação participante de uma pesquisa ação e caracteriza-se como uma pesquisa de natureza exploratória em razão de sua proposição de construção de uma hipótese que se apresenta na forma de proposta. Como hipótese de trabalho tem-se que, a partir da perspectiva da nova sociologia econômica, que explica como se estabelecem os laços, obrigações e compromissos morais nas relações de troca (dar-receber-retribuir), acredita-se que há possibilidade do encontro que permita a sustentabilidade entre as empresas florestais e as comunidades rurais do entorno, em razão da alta demanda por trabalho, emprego e renda e frente aos riscos criados pela situação de conflito na retirada irregular de madeira. O processo que favoreceu o modelo concentrador na produção de florestas ocorreu em um contexto político, técnico, econômico, legal e de mercado, sendo delineados pela inovação tecnológica (obtenção de fibra curta), pelas políticas macroeconômicas orientadas pelo BNDES, pela escassez de madeira no mercado (fornecida por produtores rurais naquela época), pela obrigação legal de atender ao plano de auto-suprimento (Segundo Código Florestal) e pela característica de sensibilidade ao custo de transporte da madeira em tora. As principais demandas originadas na estruturação desse modelo estão ligadas ao ingresso de produtores rurais na produção de madeira, à resolução de conflitos com populações tradicionais e ao atendimento às demandas por trabalho e emprego nas comunidades do entorno dos projetos florestais. Com relação a essa ultima demanda, associada às situações de conflito pela retirada irregular da madeira, verifica-se um cenário caótico tanto para empresas florestais como para as comunidades, com custos e riscos para ambos. O conflito em torno da retirada irregular de madeira requer para sua superação uma nova síntese na relação entre esses atores. A construção de propostas mediadas e ações de pesquisa interventiva participativa podem se constituir em uma proposta na busca pela construção de uma metodologia, que almeje delinear as dimensões da sustentabilidade entre as indústrias de base e essas comunidades. Espera-se que o modelo proposto, de um acordo para uso das áreas florestais sob pressão negativa, ao gerar trabalho, emprego e renda de forma digna, dê inicio a um novo ciclo de reciprocidades entre as empresas florestais e as comunidades. Este modelo, num cenário alternativo, possibilita a convergência das ações de responsabilidade social com as atividades operacionais das empresas florestais. Os aspectos que influenciam a superação do conflito no cenário do caos estão ligados à internalização de novos conceitos de economia e sociedade, de metodologias que primem pelo diálogo e transposição das dificuldades, estruturais e conjunturais, implícitas nos contextos que historicamente estiveram presentes na formação do modelo concentrador de terras para a silvicultura. A participação do Estado, como principal mediador no modelo proposto, é necessária para que a questão do conflito seja tratada como uma política pública específica.