Mecanismos de enfrentamento ao estresse: estudo longitudinal com mestrandos brasileiros da área de Enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: SANTANA, Lucas Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1711
Resumo: Os estudantes de pós-graduação, nível stricto sensu, de uma forma geral, estão expostos a numerosos agentes estressores inerentes às atividades desenvolvidas; dentre eles destaca-se a sobrecarga de atividades curriculares, o que leva à falta de tempo, tanto para as atividades profissionais e educacionais como para a vida pessoal. A presença dos diversos estressores pode ter efeitos importantes no desempenho acadêmico do aluno, em sua capacidade de progredir e na decisão de permanecer na universidade. O indivíduo utiliza diversas estratégias ou mecanismos de enfrentamento com o objetivo de minimizar a pressão física, emocional e psicológica relacionada a acontecimentos desencadeantes de estresse, resultando no ajustamento psicossocial do indivíduo e, consequentemente, na melhoria da qualidade de vida e do equilíbrio mental. Nesse contexto, os mecanismos de enfrentamento possuem duas funções principais: alterar as relações indivíduo-ambiente controlando a situação geradora de estresse ou modular a resposta emocional frente à situação-problema. O objetivo geral desta tese foi avaliar os mecanismos de enfrentamento utilizados à ocorrência de estresse por mestrandos brasileiros da área de enfermagem, durante o período de formação. Para isto, foi realizado um estudo de métodos mistos, em que se utilizou a estratégia aninhada concomitante. Neste caso, a coleta de dados quantitativos e qualitativos ocorreram de modo concomitante. E, foi empregado um desenho de estudo longitudinal, prospectivo, de natureza descritiva e exploratória, em que o método quantitativo foi predominante, orientando o de processo de pesquisa. A pesquisa foi realizada de forma virtual no território nacional brasileiro com 51 mestrandos em enfermagem. Para efetivação da pesquisa, foram utilizados quatro instrumentos de coleta de dados, transcritos para um formulário eletrônico do Google (Google forms): Caracterização sociodemográfica, acadêmica e profissional; Questionamento sobre situações causadoras de estresse; Escala de Estresse Percebido – PSS 10; e Inventário de Estratégias de Coping de Folkman e Lazarus. A análise exploratória e inferencial foi realizada com auxílio do programa Statistical Package for the Social Sciences - SPSS (versão 21). Para verificar a normalidade da distribuição da amostra, foi utilizado o Teste de Shapiro-Wilk, cujo resultado revelou uma distribuição não normal. De acordo com o objetivo específico a ser alcançado, utilizou-se estatísticas descritivas, medidas de tendência central, de variabilidade, teste qui-quadrado de Pearson, testes não-paramétricos (correlação de Spearman e teste de McNemar), análises não ajustadas (associação pelo risco relativo - RR) e análise de conteúdo. Os mestrandos participantes do estudo, nos dois momentos de avaliação, foram em sua maioria do sexo feminino, com idade variando de 22 a 56 anos, pardos, casados ou em união estável e não possuíam filhos. Os mestrandos relataram sentir-se estressados, nos dois momentos do estudo. Foi identificado um aumento na média do escore da PSS-10, no momento final em relação ao momento inicial do estudo. As situações causadoras de estresse relatadas pelos mestrandos foram categorizadas em cinco grupos: “Sobrecarga de atividades”; “Relacionadas ao projeto de pesquisa”; “Relacionadas ao orientador”; “Relacionadas ao programa de pós-graduação”; e “Relacionadas ao mestrando”. Os principais mecanismos de enfrentamento ao estresse utilizados pelos mestrandos, os dois momentos de avaliação, foram estratégias pertencentes aos fatores “Aceitação da responsabilidade” e “Resolução de problemas”. Diante disso, os resultados obtidos neste estudo apontam para a necessidade de um olhar mais atento aos pós-graduandos, por parte das instituições de ensino e dos próprios discentes, haja vista que é uma população que enfrenta inúmeros desafios e situações estressoras. Salienta-se a necessidade de implementação de políticas institucionais visando a redução desses estressores e a melhoria do bem-estar no meio acadêmico.