Os discursos sobre a sustentabilidade e as comunidades tradicionais em teses e dissertações em Educação Ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: CANDIDO, Rejane Leal
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais - IELACHS::Curso de Graduação em Letras
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1110
Resumo: Pensar a Sustentabilidade a partir dos conhecimentos construídos pelos povos e comunidades tradicionais com base no “Bem Viver” é uma proposta que se fundamenta em um pensamento decolonial sobre a construção do conhecimento hegemônico científico. Tem como base o conhecimento construído por povos que lidam com elementos do meio natural de forma a subsistirem, não imprimindo valor econômico aos recursos naturais. Ao analisarmos a Sustentabilidade dentro dessa perspectiva em estudos científicos, é possível traçarmos um panorama de como esses discursos têm sido construídos. Esses discursos contribuem também para pensar sobre a crise ambiental, seus efeitos e atores envolvidos. Este trabalho, portanto, tem como objetivo analisar quais significados e sentidos são construídos nos discursos acadêmicos quando tratam da relação entre Sustentabilidade e comunidades tradicionais e para alcançar este objetivo geral, trilhamos os seguintes objetivos específicos: 1- Caracterizar o contexto de produção de pesquisas em educação ambiental sobre Sustentabilidade e comunidades tradicionais; 2 – Construir os sentidos para a ideia de comunidades tradicionais nas teses e dissertações analisadas. Para tanto selecionamos, dentro da plataforma EArte, por critérios de busca delimitados na Sustentabilidade e comunidades tradicionais nas pesquisas em Educação Ambiental, uma Dissertação de Mestrado e uma Tese de Doutorado. Ambas foram analisadas qualitativamente em uma perspectiva da análise dialógica do discurso em acordo com Bakhtin e o Círculo. construímos seções de análises, que correspondem a três temas, em que ambos os trabalhos enunciavam: comunidades tradicionais e o território, comunidades tradicionais e o manejo da biodiversidade, comunidades tradicionais e desenvolvimento sustentável. No primeiro tema, elementos discursivos dão ao território diferentes sentidos, tanto para os sujeitos das comunidades, quanto para o processo de desenvolvimento. O segundo tema refere-se ao modo como os povos tradicionais se complementam com os demais elementos da natureza sem estabelecer relação financeira com ela. Na relação das comunidades tradicionais e o enunciado “desenvolvimento sustentável”, é possível verificar suas contradições frente ao enunciado “Sustentabilidade”. Verificamos, assim, que o território assume distintos “papeis” de acordo com o contexto em que é enunciado. A relação com o meio natural se constrói de acordo com que o sujeito determina como base de existência, seja pelo capitalismo e acumulação de bens, seja pelo “Bem Viver” via cultura. Apesar de muitos elementos aproximarem o discurso de uma proposta para a Sustentabilidade pautada nas comunidades tradicionais, há alguns posicionamentos demarcados por contradições enunciativas, como a utilização de discursos oficiais governamentais, que se reiteram e se reverberam por detrás do conceito de Sustentabilidade, com ênfase a amenizar os impactos ambientais gerados pelo crescimento econômico. Essa situação converge para o que tem sido usual: tratar o desenvolvimento sustentável como sinônimo de Sustentabilidade. Por mais que existam as aproximações nas discussões entre EA, Sustentabilidade e comunidades tradicionais nas pesquisas, ainda vemos perpetuar contradições que tendem a ter as práticas das comunidades tradicionais e o “Bem Viver” como forma de alcançar uma proximidade com o meio natural em complementaridade.