Estudo retrospectivo dos casos de farmacodermia atendidos por um serviço de interconsulta de dermatologia em um hospital quaternário da cidade de São Paulo
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=772791 https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23267 |
Resumo: | Introdução: As reações cutâneas às drogas são freqüentes no ambiente hospitalar, com uma prevalência aproximada de 2% a 3% dos pacientes internados, podendo ser responsáveis pelo aumento da morbidade, mortalidade e custos socioeconômicos. Objetivo: Avaliar as características epidemiológicas, clínicas e histológicas das reações a drogas no ambiente hospitalar. Estimar a frequência das reações cutâneas desencadeadas por drogas, formas clínicas, medicamentos envolvidos e achados histopatológicos. Métodos: Foi um estudo descritivo e retrospectivo, realizado entre setembro de 2008 a abril de 2012, com pacientes internados em um hospital público quaternário. Os critérios de inclusão foram a solicitação de avaliação dermatológica e diagnóstico de reação adversa cutânea a droga. Foram analisados os dados epidemiológicos, drogas suspeitas, apresentação clínica, diagnóstico histopatológico, tratamento e evolução. Os dados histológicos foram classificados pela análise de padrão proposta por Ackerman e avaliamos a presença ou ausência de linfócitos atípicos no infiltrado dérmico. Na análise estatística foi aplicado o teste de qui-quadrado e McNemar com nível de significância de 5% e teste de t Student. Resultados: 1428 pacientes foram atendidos pelo Serviço de interconsulta da dermatologia e 117 tiveram o diagnóstico clínico e histopatológico de reação adversa cutânea a droga no período. As mulheres representaram a maioria dos pacientes atendidos (54,7%). A idade média dos pacientes foi de 49,1 anos ±19,72. As causas responsáveis pela internação hospitalar foram: neoplasias (25,6%), infecção (24,8%), internação pelo quadro cutâneo (10,3%), doenças neurológicas (9,4%) e infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (7,7%). Os anticonvulsivantes foram responsáveis por 23,9% dos casos, seguidos pelos antibióticos (22,2%), derivados pirazolônicos (10,3%), quimioterápicos (5,1%), antiinflamatório não hormonal (2,6%), antigotoso (2,6%) e terapia antiretroviral (2,6%). Em 29% dos casos os pacientes faziam uso de duas ou mais classes de medicamentos que poderiam desencadear a reação. As formas clínicas mais frequentes foram exantema (37,6%), DRESS (14,5%), eritema polimorfo (12%), vasculite (11,1%), SSJ (9,4%), urticária (5,1%), NET (3,4%) e PEGA (2,6%). A classe dos anticonvulsivantes se associou com as formas mais graves de reação adversa cutânea a droga (p= 0,040). A maioria dos pacientes, 89,7%, evoluiu com melhora, 1,7% apresentou recidiva do quadro, 6% evoluíram para óbito por outras comorbidades e 2,6% evoluíram para óbito pela reação adversa à droga. O padrão histológico predominante foi o Ie.1 (56,4%), seguido pelo Ib.1 (17,1%), V (16,2%), Ia.1 (4,3%), IId (2,6%), IVa(2,6%) e Ie.2 (0,9%). Houve relação significante no sentido de que o uso de anticonvulsivantes e a forma clínica DRESS estão mais associados à presença de linfócitos atípicos no infiltrado dérmico (p <0,0001). Conclusão: A frequência de reações adversas cutâneas a drogas confirmadas entre os pacientes atendidos pela interconsulta de dermatologia foi de 8,2%. Os anticonvulsivantes e antibióticos foram os principais fármacos desencadeantes do quadro e predominaram as reações agudas como o exantema. O uso de anticonvulsivantes esteve mais associado a formas clínicas graves de reação adversa cutânea a droga, se comparado aos outros grupos de medicamentos. O padrão histológico Ie.1 predominou e a presença de linfócitos atípicos no infiltrado dérmico esteve associada a forma clínica DRESS e também ao uso de anticonvulsivantes. |