Reações adversas à terbinafina em cães e gatos com esporotricose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Gabriela Reis Pereira de
Orientador(a): Pereira, Sandro Antonio, Gremião, Isabella Dib Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48574
Resumo: A esporotricose é uma micose subcutânea causada por espécies patogênicas do gênero Sporothrix. Desde 1998, um elevado número de casos de esporotricose em seres humanos, cães e gatos vem ocorrendo na região metropolitana do Rio de Janeiro. Atualmente, os medicamentos mais utilizados no tratamento da esporotricose em animais são o itraconazol, o cetoconazol e o iodeto de potássio, sendo o primeiro o de eleição. Em seres humanos, a terbinafina é efetiva e segura no tratamento da esporotricose. As principais reações adversas a medicamentos (RAMs) relacionadas à terbinafina em humanos são gastrointestinais. Entretanto, não existem estudos conclusivos sobre a efetividade e a segurança deste medicamento para o tratamento da esporotricose em cães e gatos. O objetivo deste estudo foi detectar e caracterizar as RAMs relacionadas ao uso da terbinafina em cães e gatos com esporotricose. Foi realizado um estudo prospectivo, descritivo, com a coleta de dados durante o acompanhamento de 13 cães e 48 gatos com esporotricose tratados com terbinafina no Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos, Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/Fiocruz, de abril de 2017 até dezembro de 2018. O acompanhamento foi realizado durante as consultas mensais de revisão, utilizando instrumento específico de coleta de dados. As RAMs registradas foram ainda classificadas segundo o sistemaórgão afetado, gravidade e causalidade (sistema ABON), de acordo com as diretrizes de farmacovigilância veterinária da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Dos 48 gatos incluídos, 26 (54,2%) apresentaram RAMs à terbinafina, totalizando 69 RAMs. A maioria das RAMs (95,7%) acometeu o sistema gastrointestinal, sendo a hiporexia a mais frequente (36,2%). A maioria das RAMs (65,2%) foi considerada de gravidade leve, e de causalidade provável (61%). Nos cães, a frequência de RAMs foi inferior em relação à observada nos gatos (15,4%), totalizando 11 RAMs, todas relacionadas ao sistema gastrointestinal, sendo a hiporexia também a mais frequente (36,4%). Houve predomínio de RAMs de gravidade moderada (72,7%), e de causalidade provável (63,6%). As RAMs foram em sua maioria reversíveis após o uso de medicamentos hepatoprotetores ou interrupção temporária do tratamento, sem causar danos graves aos animais, sugerindo que a terbinafina é um medicamento seguro.